Publicado em: 11 de outubro de 2025
O tradicional Auto do Círio ocupou as ruas do centro histórico de Belém ontem (10) à noite, celebrando 32 anos de existência com o tema “Nossa Senhora de Nazaré, iluminai as lutas dos Povos da Amazônia”, que alia a fé mariana às reflexões sobre a pauta ambiental. Uma das novidades deste ano foi o Circo da Lona Preta, formado por pessoas em situação de rua, nascido do projeto “Rua na Arte”, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura.
O Auto do Círio é um programa de Extensão da Universidade Federal do Pará, patrimônio imaterial do Brasil reconhecido pelo Iphan e Unesco, que começou em abril de 1993, e que teve como protagonistas a professora doutora Zélia Amador de Deus, então vice-reitora, e Margareth Refkalefsky, na época coordenadora do Núcleo de Arte da UFPA, que convidaram o diretor teatral Amir Haddad. O local escolhido para a concentração foi a Praça do Carmo, porque os artesãos de Abaetetuba atracavam no Porto do Sal e lá era montada a Feira do Miriti.
A organização do evento passou para o âmbito da Escola de Teatro e Dança da UFPA, com direção do professor Miguel Santa Brígida, que adicionou ao cortejo características carnavalescas inspiradas na devoção religiosa, vendo que o ponto alto do Círio é a junção do popular com o religioso, e o carnaval é uma das maiores festas de rua. Em 2001, três escolas de samba, a Tradição Guamaense, o Bole Bole e o Império de Samba Quem São Eles participaram do evento, além de carros alegóricos.
Este ano milhares de pessoas acompanharam o cortejo, que saiu às 19h, pelas ruas da Cidade Velha. O belo Solar do Barão de Guajará, sede do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, que todos os anos é o ponto de culminância do Auto do Círio, este ano não pôde liberar suas janelas, por razões de segurança estrutural. Mas foi montado o tablado descoberto em frente ao Solar para apoio da pianista Lúcia Uchoa e dez alunos do coral do espetáculo.







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