Na última quarta-feira, 10 de julho, foi lançado, na Livraria Travessia, o livro “Povos indígenas do Alto Rio Negro e dominação colonial”, com a presença dos professores Edna Castro, Joaquina Barata Teixeira, Valdecir Palhares e Antonio Maria, responsáveis por trazer a público um texto histórico que esteve proibido durante a ditadura militar no Brasil e que é fruto de um relatório que serviu como peça documental na denúncia levada ao Tribunal Roussel, em 1978, por Álvaro Tukano e Márcio Souza. A denúncia resultou na condenação do Estado brasileiro pelo genocídio de povos indígenas durante a ditadura militar. Graças à intervenção da Comissão da Verdade e ao incentivo de pesquisadores e professores da Universidade Federal do Pará, esse texto, que por muito tempo permaneceu proibido, finalmente chega ao público.
A região do Alto Rio Negro, abrangendo partes do Amazonas, Roraima, Colômbia, Venezuela e Guiana, é de colonização antiga e notável pela abundância de mão de obra indígena capturada compulsoriamente e pelo acesso fluvial ao comércio das “drogas do sertão”. Povos indígenas de línguas Aruak, Naduhup e Tukano Oriental habitam essa área há milhares de anos e, segundo o Censo de 2022, ainda compõem a maioria da população. O livro se destaca não apenas pelas referências teóricas, mas também pela riqueza de informações obtidas diretamente em campo, com interlocutores indígenas e não indígenas. O relatório original foi classificado como secreto e interditado à circulação, mas uma cópia escapou e, graças a isso, agora está disponível a todos em forma de livro.
“Povos indígenas do Alto Rio Negro e dominação colonial” é uma prova de relevância incomensurável para a compreensão da história dos povos indígenas no Brasil e da influência colonial. A obra oferece uma perspectiva crucial sobre as ações da ditadura militar e a resistência indígena, contribuindo para a valorização e defesa dos direitos dos povos originários. É possível adquirir o livro em locais como a Livraria Travessia ou na loja virtual da Valer Editora.
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