Publicado em: 2 de julho de 2025
João de Jesus Paes Loureiro acaba de ser eleito à cadeira de nº 9 da Academia Paraense de Letras, patronímica de José Coelho da Gama e Abreu, o barão de Marajó, cujo último ocupante foi o saudoso professor Edson Franco.
Poeta, prosador, ensaísta, romancista, ficcionista, teatrólogo e professor, João de Jesus Paes Loureiro é um dos intelectuais mais importantes da Amazônia. A APL fica engrandecida com essa eleição.
Foram pareceristas a acadêmica Betânia Fidalgo Arroyo e os acadêmicos Ernane Malato e Sandoval Alves, unânimes em exaltar os méritos de Paes Loureiro. A Comissão Eleitoral foi integrada pelos acadêmicos Antônio José Mattos (presidente), Cláudio Guilhon e Benedito Sá.
Professor de Estética e Arte, mestre em Teoria da Literatura e Semiótica pela PUC/Unicamp, doutor em Sociologia da Cultura pela Sorbonne, sua obra é de originalidade desconcertante. Mergulha na oralidade cabocla, nada de braçadas na cultura ancestral, história, imaginário popular e deságua no universal, metafísico, existencial, tornando as encantarias um espelho do mundo.
A literatura vanguardista de JJ Paes Loureiro extrapola os limites da escrita. A força de sua narrativa reconstrói língua, espaço e linguagem. A oralidade vivaz se espraia. Expôs na X Bienal de São Paulo poemas visuais. Participou, com um poema-objeto, da mostra A Vanguarda Visual Brasileira – 50 anos depois da Semana de Arte Moderna, organizada por Roberto Pontual, para a Galeria Colletio, em São Paulo (SP). É, sem favor algum, um ícone amazônico com dimensão planetária.
Paes Loureiro exerceu os cargos de secretário de Estado de Cultura e secretário de Estado de Educação do Pará. Criou e presidiu a Fundação Cultural do Pará; idealizou, criou e presidiu o Instituto de Artes do Pará. Foi, ainda, secretário de Educação e Cultura de Belém. Coleciona prêmios da maior importância, vários de seus livros foram traduzidos e publicados na França, Alemanha, Itália, Portugal, Japão e China. Ocupa a cadeira 25 da Academia de Letras do Brasil, que tem como patrono Emílio Moura. É Doutor Honoris Causa pela Universidade da Amazônia – Unama. Sua obra Altar em chamas obteve, em 1984, o prêmio nacional de poesia da APCA. O livro de poemas Romance das três flautas, edição bilíngue português/alemão, em 1987, foi finalista do Prêmio Jabuti.
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