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Os bastidores da política parauara estão em brasa. Enquanto o vice-governador Helenilson Pontes(PSD) é alvo de fogo amigo cruzado diariamente e se livra como pode, sem passar recibo e ainda fazendo elogios públicos aos seus algozes,  o DEM escancarou sua insatisfação e ameaça mudar seus rumos. 

O deputado federal Joaquim de Lira Maia, há tempos, com a sutileza de um elefante em uma loja de cristais, mandou recado ao governador Simão Jatene(PSDB) no sentido de que queria ser seu vice e nada mais, ou iria ser seu opositor. Como era de se esperar, Jatene não se rendeu – e nem poderia, senão estaria literalmente liquidado. Já pensaram se cada liderança fosse impor sua vontade desse jeito? Pois bem. Jatene vem conversando com A, B e Z e também com LM, claro, mas até agora nada há definido. Só que Lira Maia tem pressa. A convenção do PMDB deve ser no próximo dia 15 – estratégia de marketing para marcar o número da legenda – e o senador Jader Barbalho, que já conversou ao pé do ouvido com o santareno, adoraria tê-lo como vice na chapa de Helder, com o que mataria dois coelhos com uma só cajadada. Tiraria importantes aliados de Jatene (se sair da base governista, o DEM ameaça levar mais dois partidos junto) e avançaria na região oeste do Pará, cujo eleitorado está sendo disputado a tapa.

Lira Maia ficou furioso porque pensou que, viajando no mesmo avião e ficando quatro dias em Paris com o governador Simão Jatene, na semana passada, poderia ter a conversa que tanto aguarda. Mas ela não aconteceu. Enquanto isso, proliferam as notícias de viagens do governador em companhia de Zequinha Marinho(PSC). O clima no DEM beirou a ebulição por causa disso. Mas o deputado José Megale(PSDB), coordenador da campanha de Jatene, nega que o fato tenha qualquer significado. Garante que há meses tanto o deputado Wandenkolk Gonçalves(PSDB) quanto Lira Maia já estavam confirmados na comitiva, pela afinidade com o tema da pecuária (LM já foi titular da Sagri). E que Jatene – que nem ia à França e só na última hora resolveu viajar -, ainda não bateu o martelo quanto ao vice de sua chapa.

Por sua vez, Zequinha Marinho está longe de ser unanimidade na base aliada, que comenta à boca pequena não saber quem disse ao governador que ele tem voto. 

Enquanto isso, o deputado Sidney Rosa(PSB), que chegou a pensar em recandidatura, já de olho na presidência da Alepa, foi convencido pelo prefeito Zenaldo Coutinho(PSDB) a se candidatar à Câmara Federal, assim como Joaquim Passarinho(PSD). A princípio seria Júnior Ferrari(PSD), mas ele prefere se reeleger deputado estadual e depois, em 2016, disputar a prefeitura de Oriximiná. O desenho já é em função do cenário na campanha de 2018, quando Zenaldo será forte candidato ao governo do Pará, pelo ninho tucano
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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