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A Mensagem do governador Simão Jatene, lida por ele na tribuna da Alepa, hoje de manhã, foi recheada de cutucadas ao PMDB.  Como esta: “Nesse aspecto, não posso deixar de registrar, até para a tranquilidade dos
senhores e de toda a sociedade paraense, e para o desencanto dos arautos da
desgraça e abutres do caos, que mesmo com as operações de crédito realizadas,
concluímos 2013 com a relação entre a Dívida Financeira do Estado e a
Receita Líquida Real de 0,25, ou seja, quatro vezes menor do que o limite de
1,00, definido pelo Programa de Ajuste Fiscal, em mais uma demonstração da
responsabilidade que vem pautando a gestão do nosso Estado
.”    E também : “Não tenho dúvidas de que muito falta fazer, menos ainda espero
reconhecimento daqueles que fizeram da política instrumento para se servirem
do público e não servirem ao público, mas o fato é que estamos executando
o maior programa de investimento já realizado no conjunto na Educação
paraense, e à semelhança do que aconteceu com os hospitais regionais, o tempo
se encarregará de mostrar o acerto dessas decisões
.” 

Entre as estocadas, Jatene falou, ainda,  da “hipocrisia de grupos de comunicação que criticam salários dos servidores públicos mas outro dia seus funcionários estavam na rua pedindo o mínimo, a carteira de trabalho assinada.”  

Ao final, parodiando Gilberto Gil, concluiu que se “os filhos são todos sãos, os pecados
são todos meus
”.
E fez questão de fazer um agradecimento especial ao vice-governador Helenilson Pontes, a quem chamou de “parceiro permanente“, que “tem dedicado
sua competência e experiência na busca de soluções que ajudem a construir uma sociedade melhor
“, num claro recado acerca do alto conceito de que o vice desfruta, e que tem sido alvo de ciúmes na base aliada.
Leiam a íntegra da Mensagem do governador aqui

O deputado Edmilson Rodrigues, líder do PSOL, tinha três minutos para se pronunciar, dividindo a representação da oposição, mas, como sempre, obteve prorrogação do tempo. Aproveitou para criticar a Lei Kandir, como instrumento de “perversidade”, que “mata de fome”o povo. E comentou a crise civilizacional, abordada no pronunciamento de Jatene, como fruto da crise mundial que exige ações efetivas para ser superada. Também criticou a escalada da violência, citando que o Pará registra 10 homicídios por dia, incluindo chacinas.  

O deputado Edilson Moura (PT) utilizou sete minutos, oportunidade em que negou que o governo federal esteja penalizando o Pará com redução dos repasses, e citou os percentuais dos últimos anos. Já o líder do Governo, deputado José Megale (PSDB), usou seus dez minutos em tom conciliatório, elogiando a parceria da oposição na aprovação de todos os projetos de iniciativa do governo e que são de interesse público. A tréplica de Jatene também foi em tom cordato, agradecendo a cada um dos deputados e principalmente aos de oposição. Esclareceu que jamais acusou o governo federal de castigar o Pará, que não se trata de problema entre o seu governo e o da presidente Dilma Rousseff, e sim do sistema federativo. E fustigou: “o Estado precisa ser cortado não em bandas, como dizia Cléo Bernardo. Precisa ser cortado entre aqueles que o amam e aqueles que querem se utilizar dele. Finalizou propondo que, se o Pará tiver que se dividir, seja “entre os com ética e os sem ética.” 

O silêncio da bancada do PMDB restou enigmático.

Assim foi aberto o 1º período da 4ª Sessão Legislativa da 17ª Legislatura da Alepa. A sessão solene foi presidida pelo presidente da Casa, deputado Márcio Miranda (DEM).
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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