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Nesta campanha eleitoral em Belém do Pará a novidade é o Ítalo Abati, do Novo, sem trocadilho. Ele não é político profissional, nem fez política sindical ou estudantil e se define como profissional que quer fazer Política. Assim, com P maiúsculo. Em entrevista exclusiva ao portal Uruá-Tapera, o candidato a prefeito de Belém afirma que está na política por dois motivos: propósito de mudar uma cidade, que é a sua; e vontade de fazer um bom trabalho, de modo que qualquer outra pessoa que venha depois fique constrangida em fazer diferente.

Ele faz muito sucesso nas redes sociais com os vídeos de sua campanha, que viralizaram em nível nacional, com o que conseguiu não só entrar nas pesquisas eleitorais mas também ser comparado com os demais candidatos, e até ganhou o apelido de Batman. Mas quem pensa que Ítalo Abati é um playboy está equivocado. Apesar de muito jovem – ele tem 31 anos -, é advogado, especialista em Direito Processual Constitucional e Público, mestre em Gestão de Conhecimento pelo Desenvolvimento Socioambiental da Amazônia, professor de Direito Constitucional, Direito Ambiental e Filosofia; de Licitação Pública na Escola de Governança do Estado do Pará – EGPA; de Hermenêutica, Ética Jurídica e Formação Humana com ênfase em Criatividade e Performance Intelectual, além de empresário na área de Performance Intelectual e Teoria do Discurso, Embaixador Norte do Movimento Capitalismo Consciente Brasil e Líder Norte da Instituição e Associação “Eu Sou Livres”.

Ítalo escolheu o Novo e se submeteu a um processo seletivo aberto, com três fases, no qual foi aprovado e escolhido pelo partido. Sua candidatura não se apoia em coligação. “Muitos até tentaram, mas o “apoio” sempre vem com o “Pacto Faustiano”. É dinheiro, trocas, disposição de cargos… Não faço esse jogo. Eu vim para mudar não apenas a nossa cidade, mas tentar mudar a mentalidade política. Para todo pioneirismo há o sacrifício de andar sozinho no início. Mas há cidadãos, empresários, servidores públicos, pessoas que não querem o extremo, querem um projeto, que nos apoiam”, conta.

O projeto de Ítalo Abati se chama “Capital” e tem um tripé em economia, ecologia e humanidade, estruturando uma linha de mudança real pensando Belém como uma cidade inteligente e sensível, no sentido literal e técnico, com obras e serviços de engenharia que já foram postergadas demais por criarem muito transtorno e não angariarem votos imediatos. “Nosso trabalho é “Bottom Up”, da base para cima. Pensamos um projeto que valide e mude a realidade de quem verdadeiramente precisa, nossas periferias e ilhas, assim como as orlas de Icoaraci, de Outeiro e do Mosqueiro. Pensamos em uma Belém onde o asfalto é necessário, mas a calçada é protagonista”, reflete.

Nas eleições municipais passadas, em 2020, Ítalo Abati foi candidato a vereador em Belém, quando obteve 1.544 votos, numa campanha extremamente desafiadora e genuína, literalmente sozinho, um exercício impressionante de humildade intelectual. Na época com 26 anos, ele separou R$4.200,00, dinheiro próprio junto ao arrecadado em vaquinha eleitoral, e saía dos cursinhos nos quais ministrava aula e ia entregar panfleto e falar das suas ideias nas ruas com uma placa encaixada na mochila com a frase “Sou candidato a vereador”. Inovou com vídeos no Instagram. E neste pleito, proporcionalmente, não será diferente. Faz a campanha com doações e vaquinha eleitoral. Não pretende usar o fundo partidário, apesar de o Novo agora permitir.

“A Belém que temos pode ser sua melhor potência, a Capital da Amazônia e provavelmente a Capital Cultural do Brasil. Nosso projeto trabalha com a valorização da nossa cultura como forma de captação de recurso e geração de pertencimento, e com oportunidade de abertura a todos em todas as dimensões, sem o monopólio empresarial que já tanto prejudicou nosso crescimento. Saneamento e Infraestrutura serão o caos que vamos abraçar, e prioridade porque Belém já sofreu demais, décadas e décadas sem essa atuação que deveria ser habitual. Acredito que não se deve entrar na política para depois pensar em como contribuir, mas no inverso. Devemos saber como vamos contribuir a fim de que depois possamos ingressar. Me antagonizo à metodologia tão disseminada da velha política, à perpetuação do poder e à corrupção estruturada. Nosso projeto é para nossa comunidade, está bem refinado e com plena possibilidade de execução”, adianta o candidato.

Confiram os vídeos e fotos de Ítalo Abati.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

Antonio José Mattos tête-à-tête com o leitor no estande do IHGP

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