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Seis pais de santo já foram assassinados só neste ano, na Região Metropolitana de Belém. Invasões de terreiros, roubos constantes e outras violências ameaçam acabar com as práticas tradicionais de matriz africana. Preocupadas com a violência contra afro-religiosos, autoridades tradicionais de terreiros, Cedenpa, OAB, CEDECA e SDDH protocolaram ofício ao Conselho de Segurança Pública do Estado do Pará, denunciando o clima de insegurança. A questão foi a pauta principal da reunião do CONSEP-PA, ontem. 

O assassinato de Baba Odé Sigbonile (Pai Mário Cavalcante, no Icuí-Guajará), no último dia 07, causou grande abalo na população por conta das recorrências e os requintes de crueldade na execução do crime. Foram 12 facadas com faca do tipo peixeira com profundidade de 25 a 30 centímetros. Também foram retiradas partes de suas mãos e ainda uma parte de sua pele do braço. O terreiro já havia sido invadido por assaltantes que roubaram todos que estavam em uma celebração em cerimônia religiosa.
No velório (dia 08/10), no terreiro dele, houve ameaças de pessoas em moto (possíveis acusados) que não escondem que querem que o terreiro saia do local. As pessoas acionaram a PM, que lhes deu proteção. 

As lideranças e Ongs pedem a imediata inclusão de matéria referente ao respeito às tradições de matriz africana nos cursos de formação de policiais civis e militares, a fim de que o sistema de segurança pública saiba como lidar com povos tradicionais, e um grupo de trabalho no CONSEP que mapeie as queixas de violência contra terreiros de comunidades tradicionais de matriz africana e também levante todos os casos, de modo a salvaguardar o patrimônio cultural afro-amazônico com o devido respeito às suas práticas.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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