Publicado em: 29 de maio de 2025
Já está em curso o processo de restauração do edifício do Fórum Landi, espaço vinculado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará (UFPA). Dedicado à extensão, ensino e pesquisa, o Fórum é referência no debate sobre o patrimônio histórico de Belém sobre o legado do arquiteto italiano Antônio José Landi na Amazônia. O projeto prevê que parte das instalações esteja pronta para sediar atividades durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30).
A primeira fase da requalificação contempla a restauração interna da parte frontal do prédio, incluindo auditório, salas de reunião e espaços expositivos. A proposta é que esses ambientes estejam aptos a receber tanto exposições da UFPA e de seus parceiros institucionais, quanto encontros e atividades oficiais durante a COP 30. Coordenado pelo Instituto Pedra e viabilizado por meio da Lei Rouanet, o projeto conta com um aporte de R$ 3 milhões do Instituto Cultural Vale e R$ 1.161.240,62 da Transpetro, com um total autorizado para captação de R$ 10.554.858,19, dos quais ainda restam pouco mais de R$ 6,3 milhões disponíveis para incentivo fiscal.
Instalado em um prédio de arquitetura neoclássica do século XVIII, tombado nos âmbitos municipal e federal, e localizado na Rua Siqueira Mendes, no coração da Cidade Velha, o Fórum Landi é também um tributo à obra do arquiteto Antônio José Landi (1713–1791), que chegou a Belém em 1753 como parte da Primeira Comissão Demarcadora de Limites entre Portugal e Espanha, conforme o Tratado de Madri. Landi deixou uma marca singular na arquitetura amazônica, aplicando influências do barroco neoclássico em contraste com o barroco tradicional dominante no restante do Brasil colonial.
Além da recuperação da estrutura física, o projeto contempla a modernização do espaço para fins pedagógicos e culturais. A nova fase do Fórum incluirá um programa de educação patrimonial com visitas monitoradas, ciclo de palestras e a exposição de uma maquete do Centro Histórico de Belém equipada com recursos multimídia. Em uma etapa futura, também será construído um píer de madeira ligando o edifício ao Rio Guamá, ampliando o potencial de integração entre o espaço urbano, a paisagem fluvial e os demais equipamentos culturais da área histórica.

Fotos: Oswaldo Forte (Acervo Instituto Pedra)
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