Começou hoje (6) no auditório do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, o 3º Fórum de Arqueologia e Turismo na Amazônia, com o fito de avançar os debates e estudos sobre esses tópicos na região, identificando os obstáculos ainda enfrentados na visitação de sítios arqueológicos amazônicos. O fórum busca promover o diálogo com outros centros de pesquisa e instituições que realizam a atividade de visitação, além de incentivar a apresentação desses estudos em seminários temáticos e grupos de trabalho.
O sítio arqueológico da Caverna da Pedra Pintada, localizada no Parque Estadual Monte Alegre, datado de 12 mil anos atrás, é o mais antigo da Amazônia e está ameaçado pelas mudanças climáticas e falta de cuidados, sendo considerado um bem não renovável protegido pela Lei nº 3924 de 1961. O evento também tem a finalidade de contribuir com a preservação e a socialização do patrimônio arqueológico amazônico e prosseguirá até sábado (9), aprofundando os debates acerca da importância do turismo arqueológico na região amazônica, abordando desafios e potencialidades. Representantes do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) apresentaram casos práticos de arqueoturismo em Monte Alegre, no Oeste, e na Serra dos Martírios/Andorinhas, em São Geraldo do Araguaia, região Sudeste.
Organizado pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea) e Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Pará, em parceria com o MPEG, além de atrair olhares acadêmicos e do segmento turístico, o forum debate estratégias de conservação dos sítios arqueológicos amazônicos que enfrentam ameaças crescentes.
O gerente da Região Administrativa da Calha Norte 1 do Ideflor-Bio, Jorge Braga, expôs no painel “Gestão, visitação e políticas públicas para o Parque Estadual Monte Alegre” que “a Caverna da Pedra Pintada é um tesouro arqueológico e científico. Nosso papel é garantir que a visitação contribua para a preservação e a valorização cultural da região, sem comprometer a integridade desse patrimônio”.
O Ideflor-Bio também foi representado pela gerente da Região Administrativa do Araguaia, Laís Mercedes. “O arqueoturismo na Serra das Andorinhas é pensado para educar e sensibilizar os visitantes. Queremos que cada pessoa que passe por ali se sinta parte da história e compreenda a importância de proteger esses vestígios”.
O evento também visa socializar o conhecimento sobre patrimônio arqueológico amazônico, que, por sua fragilidade e valor científico, exige estratégias de manejo criteriosas. Com essa finalidade, o Fórum conta com seminários e grupos de trabalho que discutem aspectos técnicos e sociais do arqueoturismo, visando ao fortalecimento de uma rede de proteção e promoção do patrimônio histórico. A articulação entre pesquisa e políticas públicas é vista como um caminho essencial para preservar esses locais, garantindo que possam ser conhecidos pelas gerações futuras.
Acompanhe a programação:
06 DE NOVEMBRO
9:30 – 12:00
Mesa 1: Arqueologia e Turismo em áreas de proteção ambiental
Mediação: Silvio José de Lima Figueiredo
Públicos em visita ao patrimônio arqueológico – Silvio Figueiredo – Núcleo de Altos Estudos Amazônicos/Universidade Federal do Pará
Entre o sonho e a realidade – a musealização do patrimônio arqueológico do Parque Estadual Monte Alegre (PA) – Edithe da Silva Pereira – Museu Paraense Emílio Goeldi
Gestão, visitação e políticas públicas para o Parque Estadual Monte Alegre – Jorge Luis dos Santos Braga – Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade
Experiências do Arqueoturismo no Parque Estadual Serra dos Martírios/Andorinhas – Laís Mercedes – Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade
Visitação a sítios arqueológicos na Serra do Cabral (MG) – desafios do presente para preservar o passado – Christiane Lopes Machado – Rhea Estudos e Projetos
12:00 – 14:00 – Intervalo
14:00 – 15:50
Mesa 2: Experiências de visitação em comunidades
Mediação: Iris Pereira de Moraes – Ewejimi
Arqueologia, patrimônio arqueológico e comunidades tradicionais na Amazônia: experiências e potencialidades arqueoturísticas no território quilombola dos Povos do Aproaga – Iris Pereira de Moraes – Ewejimi – Mestrado Profissional de Sociologia em rede Nacional/Universidade Federal do Amapá
Experiências de etnoturismo e ancestralidade dos povos indígenas de Rondônia – Gasodá Paiter Surui – Superintendência Estadual dos Povos Indígenas de Rondônia
Visitação na Terra Indígena São Marcos, Roraima – Irmânio Samento de Magalhães – Universidade Federal de Roraima – Associação dos Povos Indígenas da Terra São Marcos
Reapropriações e ressignificações do patrimônio arqueológico no sítio Macurany-Parintins/AM – Clarice Bianchezzi – Universidade do Estado do Amazonas
16:10 – 18:00
Mesa 3: Uso público do patrimônio arqueológico: experiências diversas
Mediação: Marcela Nogueira de Andrade
Panorama do Arqueoturismo no Brasil – Marcela Nogueira de Andrade – Programa de Pós-graduação em Antropologia/Universidade Federal do Pará
Entre Pedras e Histórias: O Futuro do Sítio AP-CA-18 como Destino Turístico em Calçoene, Amapá – Lucio Flavio Costa Leite – Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá
Arqueologia e Educação em prol do Turismo em Unidades de Conservação – Eduardo Kazuo Tamanaha – Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
Arqueologia e inclusão: o catálogo arqueológico acessível – Helena Lima – Museu Paraense Emílio Goeldi
07 DE NOVEMBRO
9:00 – 12:00
Mesa 4: Usos e reapropriações do patrimônio arqueológico como produto cultural
Mediação: Edithe Pereira
Patrimônio arqueológico como identidade do povo paraense – Edithe Pereira – Museu Paraense Emílio Goeldi
As Revoltosas: Arqueologia nas Artes Visuais – Cristiane Martins – Amazônia Ancestral
Revitalização Cultural: conexões entre o acervo arqueológico e o artesanato cerâmico – Jéfferson Paiva de Sousa – Pós-graduação em Diversidade Sociocultural/ Museu Paraense Emílio Goeldi
Grafismos arqueológicos na cerâmica de Icoaraci – Levy Cardoso
Produtos Artesanais com referências da Arqueologia Amazônica – Lídia Mara Pereira Abrahim
Arqueologia e Design – perpetuando símbolos através de objetos – Isabela Sales
12:00 às 14:00 – Intervalo
14:00 – 15:50
Mesa 5: Impactos ao patrimônio arqueológico em grandes obras urbanas
Mediação: Rubens da Silva Ferreira
Preservação do patrimônio arqueológico e desenvolvimento urbano em tempos de “transformação rápida” nas cidades – Rubens da Silva Ferreira – Faculdade de Turismo/ Universidade Federal do Pará
Participação social no processo de socialização do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, Pequena África, Rio de Janeiro/RJ – Jeanne Crespo – Centro Nacional de Arqueologia/Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Licenciamento e arqueologia nos centros históricos – a ação institucional do IPHAN – Denise Rosário de Carvalho – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Pará
Obras urbanas em Belém e preparação para a COP 30 – Julia Gorayeb – Secretaria Municipal de Turismo
Megaeventos e grandes projetos urbanos: Belém na COP 30 – Olga Freitas – Universidade Federal do Pará/Universidade Federal do Paraná
16:10 – 18:00 Grupos de Trabalho
GT 1 Arqueologia, visitação e turismo
GT 2 Gestão do patrimônio cultural
08 DE NOVEMBRO
09:00 – 12:00
Mesa 6: Turismo arqueológico urbano
Mediação: Renata de Godoy
Patrimônios da Humanidade e turismo: visões a partir de uma arqueologia brasileira – Renata de Godoy – Programa de Pós-graduação em Antropologia/Universidade Federal do Pará
Arqueologia e Projeto Roteiros Geo-Turísticos: sobreposição de tempos, sujeitos e gestos – Magaly Caldas – Programa de Pós-graduação em Geografia/Universidade Federal do Pará
Sítio Arqueológico Cemitério da Soledade: o Lugar e o Outro Mundo – Sabrina Campos – Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural/Secretaria de Cultura
Rolé dos Favelados como instrumento de inclusão na cidade e o Circuito da Herança Africana na Pequena África do Porto do Rio de Janeiro – Cosme Vinícius Felippsen – Rolé dos Favelados/RJ
15:00 – Rota Patrimonial do Parque Cemitério Soledade
Local: Parque Cemitério Nossa Senhora da Soledade
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