0
 

Não existe Democracia sem imprensa livre. O jornalismo, exercido em suas mais altas nuanças, inevitavelmente desagrada aos poderosos. As ações de intimidação e os ataques ferozes mostram que a liberdade de imprensa e os direitos humanos que ela sustenta são ainda extremamente frágeis e precisam ser defendidos de forma ativa pela sociedade, como cruciais para alcançar a dignidade humana, o progresso social e o desenvolvimento inclusivo – dos desafios ambientais e progresso científico à igualdade de gênero, o engajamento da juventude e a construção da paz. Afinal de contas, só quando os jornalistas têm liberdade de monitorar, investigar e criticar políticas e ações pode existir boa governança. 

Dados das Nações Unidas mostram que um jornalista é assassinado a cada semana no mundo.
Segundo a Federação Internacional
dos Jornalistas (FIJ), 109 profissionais foram assassinados em 30 países no ano passado. No Brasil, houve duas mortes e outros 135 casos de violências, que vão desde agressões físicas a cerceamento da liberdade de imprensa por meio de ações judiciais. O Pará foi o Estado com o maior número de casos: 13 registros. O relatório 2015 da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) revela que os repórteres cinematográficos e fotográficos foram as vítimas mais frequentes em razão do exercício profissional do jornalismo.
Contra os jornalistas que trabalham na mídia digital (portais/sites/blogs) foram registradas 23 (16,79%) ocorrências, incluindo um assassinato. 

Os ataques contra jornalistas tiveram como principais autores os policiais militares, especialmente em manifestações de rua: 28 (20,44%), das 137 agressões. Seguranças privados foram os agressores em 4 ocorrências (2,92%). Em segundo lugar, aparecem os políticos, seus assessores e parentes, com 21 (15,33%) agressões contra jornalistas. 

A Constituição Federal do Brasil assegura a livre manifestação do pensamento e garante a todos o acesso à informação, mas o cenário de violência contra jornalistas decorrente do exercício da profissão é ainda mais grave do que vem sendo divulgado. E a maioria dos casos segue sem esclarecimento ou punição. 

Além da ameaça direta, o jornalista muitas vezes sofre pressão para não divulgar certas informações, com perigo para sua integridade física e psicológica, e, é evidente, prejuízo da obrigação profissional do compromisso com a verdade, sem falar de uma série de obstáculos ao exercício efetivo da profissão, entre eles a falta de condições adequadas de trabalho. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

A maior maré do mês é hoje em Belém

Anterior

Ajuruteua, na linda Bragança

Próximo

Você pode gostar

Comentários