Publicado em: 1 de novembro de 2014
Hoje de manhã foi lançado na Escola Estadual Pedro Álvares Cabral um jornal escolar sobre a história de Santarém, produzido por alunos do 3º ano do ensino médio. A iniciativa faz parte do Projeto História Local através do Jornal, do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), e contou com o apoio de 15 bolsistas do curso de Licenciatura Integrada em História e Geografia.
Os próprios alunos realizaram as pesquisas e produziram as reportagens no jornal impresso, que será distribuído à comunidade. “Trata-se de uma atividade que pode incentivar o trabalho de produção de conhecimento sobre história de Santarém nas escolas da educação básica”, explica a professora do Instituto de Ciências da Educação e coordenadora do projeto, Lademe Correia.
O projeto, que iniciou este ano, também realiza atividades na Escola Municipal de Ensino Fundamental Rotary e na Escola Municipal Princesa Izabel, em Santarém.
Os próprios alunos realizaram as pesquisas e produziram as reportagens no jornal impresso, que será distribuído à comunidade. “Trata-se de uma atividade que pode incentivar o trabalho de produção de conhecimento sobre história de Santarém nas escolas da educação básica”, explica a professora do Instituto de Ciências da Educação e coordenadora do projeto, Lademe Correia.
O projeto, que iniciou este ano, também realiza atividades na Escola Municipal de Ensino Fundamental Rotary e na Escola Municipal Princesa Izabel, em Santarém.
Estimular o conhecimento da própria história é fundamental em qualquer sociedade. No Pará, como, aliás, no resto do Brasil, é algo que tem sido relegado a último plano. A consciência e o fortalecimento da cidadania não podem ser alcançados sem o resgate do passado histórico. A maioria dos estudantes – e dos parauaras em geral – não sabe o que foi a Cabanagem, por exemplo. Ou a revolta de Jacareacanga.
A
Cabanagem foi um dos maiores e mais importantes movimentos políticos populares
do Brasil. Durante cinco anos, de 1835 a 1840, a Província do Grão-Pará teve um
governo autônomo que declarou sua independência do resto do País. Um
diferencial da Cabanagem é que suas disputas políticas não se restringiram às
desavenças entre elites. Que, como se viu nas recentíssimas eleições, são utilizadas até hoje. O movimento contou com grupos indígenas, mestiços e
escravos; membros das tropas, do clero e das lojas maçônicas; latifundiários e
proprietários brancos e escravistas; além dos indefectíveis intelectuais, claro. Mas, abalados
por dissidências internas e pela indefinição de um programa de governo, os
cabanos não conseguiram permanecer no poder durante muito tempo. Em abril de
1836, o regente Feijó mandou ao Grão-Pará uma poderosa esquadra comandada pelo
brigadeiro Francisco José Soares de Andréia, que conseguiu retomar a capital. Os
cabanos resistiram no interior por mais três anos. A situação da Província só
foi controlada pelas tropas do governo Central em 1840. A repressão foi
violenta e brutal. O fim o movimento foi um verdadeiro extermínio: dos quase
100 mil habitantes do Grão-Pará, cerca de 30 mil foram assassinados. A luta
armada se estendeu das bacias do Capim, Moju e Acará a Belém, à zona
bragantina, ao litoral atlântico, ao arquipélago do Marajó, até os confins do rio
Amazonas. Uma carnificina. Interessante que a adesão e integração dos escravos é fato dos
mais importantes no estudo da Cabanagem. Segundo Vicente Salles, o negro
começou a adotar formas mais efetivas de luta a partir do momento em que
identificou o conceito de liberdade como decorrência da luta política. Contraditoriamente,
a abolição da escravatura não foi incorporada ao programa dos chefes da
revolução, e foi até reprimida por alguns deles, como Eduardo Angelim.
Entretanto, desde a Cabanagem o regime escravagista se desorganizou e houve a
suspensão definitiva da importação em larga escala de africanos. Além disso, os
mocambos se multiplicaram em quase todo o Grão-Pará.
Cabanagem foi um dos maiores e mais importantes movimentos políticos populares
do Brasil. Durante cinco anos, de 1835 a 1840, a Província do Grão-Pará teve um
governo autônomo que declarou sua independência do resto do País. Um
diferencial da Cabanagem é que suas disputas políticas não se restringiram às
desavenças entre elites. Que, como se viu nas recentíssimas eleições, são utilizadas até hoje. O movimento contou com grupos indígenas, mestiços e
escravos; membros das tropas, do clero e das lojas maçônicas; latifundiários e
proprietários brancos e escravistas; além dos indefectíveis intelectuais, claro. Mas, abalados
por dissidências internas e pela indefinição de um programa de governo, os
cabanos não conseguiram permanecer no poder durante muito tempo. Em abril de
1836, o regente Feijó mandou ao Grão-Pará uma poderosa esquadra comandada pelo
brigadeiro Francisco José Soares de Andréia, que conseguiu retomar a capital. Os
cabanos resistiram no interior por mais três anos. A situação da Província só
foi controlada pelas tropas do governo Central em 1840. A repressão foi
violenta e brutal. O fim o movimento foi um verdadeiro extermínio: dos quase
100 mil habitantes do Grão-Pará, cerca de 30 mil foram assassinados. A luta
armada se estendeu das bacias do Capim, Moju e Acará a Belém, à zona
bragantina, ao litoral atlântico, ao arquipélago do Marajó, até os confins do rio
Amazonas. Uma carnificina. Interessante que a adesão e integração dos escravos é fato dos
mais importantes no estudo da Cabanagem. Segundo Vicente Salles, o negro
começou a adotar formas mais efetivas de luta a partir do momento em que
identificou o conceito de liberdade como decorrência da luta política. Contraditoriamente,
a abolição da escravatura não foi incorporada ao programa dos chefes da
revolução, e foi até reprimida por alguns deles, como Eduardo Angelim.
Entretanto, desde a Cabanagem o regime escravagista se desorganizou e houve a
suspensão definitiva da importação em larga escala de africanos. Além disso, os
mocambos se multiplicaram em quase todo o Grão-Pará.
A valentia e o protagonismo são marcantes no povo parauara. Poucos
dias depois da posse de Juscelino Kubitschek na presidência da República, na
noite de 10 de fevereiro de 1956, oficiais da Aeronáutica insatisfeitos com a
permanência do ministro Vasco Alves Seco na pasta da
Aeronáutica, liderados pelo major Haroldo
Veloso e pelo capitão José
Chaves Lameirão, desviaram um avião do Campo de Afonsos, no Rio de Janeiro,
e se instalaram na base aérea de Jacareacanga, no Pará, e logo assumiram o controle
das localidades de Cachimbo, Belterra, Itaituba e Aragarças, além de Santarém, com o apoio da população local e a adesão do major Paulo Victor da Silva, que
fora enviado de Belém para combatê-los, além do que os oficiais, sobretudo da
Aeronáutica, se recusavam a participar da repressão aos rebelados. Na época,
Santarém e Jacareacanga viraram centro das atenções nacionais. O levante durou pouco. Após 19 dias a
rebelião foi afinal controlada pelas tropas legalistas. O major Haroldo Veloso
foi preso e os outros líderes conseguiram fugir e se asilar na Bolívia. Mas logo
todos foram anistiados pelo Congresso Nacional, a pedido do próprio presidente JK.
dias depois da posse de Juscelino Kubitschek na presidência da República, na
noite de 10 de fevereiro de 1956, oficiais da Aeronáutica insatisfeitos com a
permanência do ministro Vasco Alves Seco na pasta da
Aeronáutica, liderados pelo major Haroldo
Veloso e pelo capitão José
Chaves Lameirão, desviaram um avião do Campo de Afonsos, no Rio de Janeiro,
e se instalaram na base aérea de Jacareacanga, no Pará, e logo assumiram o controle
das localidades de Cachimbo, Belterra, Itaituba e Aragarças, além de Santarém, com o apoio da população local e a adesão do major Paulo Victor da Silva, que
fora enviado de Belém para combatê-los, além do que os oficiais, sobretudo da
Aeronáutica, se recusavam a participar da repressão aos rebelados. Na época,
Santarém e Jacareacanga viraram centro das atenções nacionais. O levante durou pouco. Após 19 dias a
rebelião foi afinal controlada pelas tropas legalistas. O major Haroldo Veloso
foi preso e os outros líderes conseguiram fugir e se asilar na Bolívia. Mas logo
todos foram anistiados pelo Congresso Nacional, a pedido do próprio presidente JK.
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