Publicado em: 5 de dezembro de 2025
A Editora de Livros do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) ganhou o terceiro lugar no Prêmio Abeu 2025, na categoria Ciências Naturais e Matemáticas, com a obra Guia de seleção de árvores ornamentais: paisagismo urbano para a Amazônia. Assinado pelo pesquisador Rafael Salomão e pelo botânico autodidata Nélson Rosa, falecido em 2024, o livro reúne orientações técnicas e estéticas voltadas ao planejamento de áreas verdes em cidades amazônicas, fortalecendo a integração entre ciência, urbanismo e conservação ambiental.
A cerimônia de premiação foi realizada na Academia Paulista de Letras, em São Paulo, diante de representantes de editoras universitárias de todo o país. A editora-executiva do MPEG, Iraneide Silva, recebeu o prêmio ao lado de Bárbara Salomão, filha de Rafael, que representou o autor. Ao comentar a conquista, Iraneide sublinhou a relevância do reconhecimento para a instituição e para a produção editorial do Norte do país. Ela lembrou que, nesta edição, o MPEG foi a única editora da região a figurar entre os finalistas, o que, segundo destacou, reforça “um reconhecimento importante do nosso trabalho como profissionais da área editorial e do Museu Goeldi como instituição de grande destaque nacional”. A gestora acrescentou que a seleção para o prêmio consolida o papel da editora no cenário brasileiro: “Agradecemos por fazer parte do time das melhores editoras no ano de 2025 selecionadas pela ABEU”.
Rafael Salomão emitiu depoimento dedicando o prêmio à memória de Nélson Rosa, com quem trabalhou por décadas no Museu Goeldi. “Este sentimento é dedicado também à memória do coautor Nélson Rosa, botânico autodidata cuja sensibilidade e amor pela Amazônia permanecem vivos em cada página desta obra”, afirmou. Rosa atuou por 47 anos na pesquisa amazônica, sendo 18 deles como auxiliar técnico do Departamento de Botânica do Museu.
Salomão explicou que o guia nasceu do compromisso com a ciência e do propósito de aproximar a natureza da vida urbana, oferecendo ferramentas para que cidades amazônicas possam incorporar árvores adequadas ao seu clima, paisagem e dinâmica territorial. Ele ressalta que a obra oferece critérios técnicos e estéticos para orientar gestores públicos, urbanistas e paisagistas. “O livro nasceu do compromisso com o conhecimento científico e do desejo de aproximar a natureza da vida urbana, mostrando que nossas cidades podem florescer com as cores e a força das espécies arbóreas amazônicas”, afirmou. Para o pesquisador, a arborização urbana precisa ser pensada como parte de uma estratégia de sustentabilidade profunda: “contribuindo para o planejamento de cidades mais verdes, sustentáveis e em harmonia com a floresta”. Ele também agradeceu às instituições que apoiaram a publicação: “Agradeço ao Museu Goeldi, à Abeu, à Equatorial Energia e a todos que valorizam o papel das editoras universitárias na difusão da ciência e da cultura brasileira”.
O primeiro lugar da categoria ficou com o livro Manual da autonomia digital: bem-estar na experiência do usuário, da Editora da Universidade Federal do Ceará; e o segundo, com Multifuncionalidade da Agricultura Familiar: A Sustentabilidade de Sistemas Agroalimentares, da Edusp.
A versão digital do Guia de seleção de árvores ornamentais: paisagismo urbano para a Amazônia (assim como várias outras publicações do Museu Goeldi disponíveis no mesmo portal) pode ser acessada gratuitamente aqui.
Na foto em destaque, Iraneide Silva e Bárbara Salomão recebem prêmio de representantes da Abeu (Ascom/Abeu)









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