0

Tive a má sorte de assistir ao filme “Guerra Civil”, produção americana com o brasileiro Wagner Montes em um dos papeis principais, com Kristen Dursnt. Parecia interessante, uma guerra civil nos Estados Unidos, até porque o clima político por lá anda muito estranho. Mas não. Claro que produção de porte, contou com cenários interessantes, desfile orgulhoso de armas em profusão, explosões e a destruição de sempre dos grandes monumentos, um presidente que é assassinado ao final. Não conseguimos saber mais detalhes, mas há forças divididas entre a California, Florida e o resto, mas nada fica bem claro. Wagner é um repórter a caminho de Washington para uma nada possível entrevista com o presidente. Com ele, Kristen fazendo uma famosa fotógrafa de guerra. Com eles, uma mocinha inexperiente querendo ser fotografa e um veterano repórter, que está lá apenas para travar diálogos. Vão em uma van, pela estrada, no que parece ser um road movie, superando obstáculos. Wagner não tem notebook, nem de papel, muito menos usa celular. Mas para quem enviaria suas notícias? Ainda há imprensa no país nesta situação? E as fotos são enviadas para quem? Bem, não são enviadas em momento algum. Em uma altercação com inimigos que não sabemos de que lado estão, são salvos por ato heróico do veterano jornalista, que assume o volante do carro e na fuga é atingido por uma bala fatal. No entanto, basta pensar na trajetória da bala e imaginar qual a razão para Wagner, sentado atrás do veterano, não ser atingido. Finalmente chegam a Washington que tem seus monumentos explodidos. Invadem a Casa Branca onde o presidente e sua equipe defendem-se aos tiros. A mocinha inexperiente, ao fazer uma foto, expõe-se tão claramente que resta a Kristin, aparecer na frente, para receber o tiro fatal. O combate segue, a mocinha, no chão, tem ao lado o cadáver da fotografa famosa, que lhe salvou a vida, mas sem sequer conferir qualquer coisa, levanta-se e vai atrás da foto que lhe traria fama. A cena final é pior ainda com o presidente deitado, com armas apontadas e Wagner perguntando qual seria sua declaração. É de rir. E após balbuciar “Não deixe que me matem”, Wagner responde apenas, “serve”. Em seguida, o presidente é assassinado, por uma soldada negra. Ahn? Onde publicar? Diria até que o filme é ofensivo à imprensa e uma tentativa baixa de causar sensacionalismo com as explosões e efeitos especiais de sempre. Uma droga.

Edyr Augusto Proença
Paraense, escritor, começou a escrever aos 16 anos. Escreveu livros de poesia, teatro, crônicas, contos e romances, estes últimos, lançados nacionalmente pela Editora Boitempo e na França, pela Editions Asphalte. Foto: Ronaldo Rosa

Úrsula Vidal se consolida como vice de Igor Normando

Anterior

TRE planeja segurança em Altamira e Soure

Próximo

Você pode gostar

Comentários