É praticamente impossível morar no Brasil e nunca ter sido (ou pelo menos conhecer alguém que foi) vítima de alguma tentativa de golpe pelo WhatsApp. Pois bem, este tipo de problema não é exclusividade nossa. O número de WhatsApp de Umo Eno, governador do estado nigeriano de Akwa Ibom, foi hackeado, e muitos de seus contatos receberam mensagens de seu número solicitando transferências de dinheiro para uma conta específica com a promessa de reembolso posterior. O governador, que é pastor e fundador do All Nations Christian Ministry International, foi eleito no ano passado e administra o terceiro estado mais rico da Nigéria, com um PIB anual de US$ 19 bilhões.
Menos de um mês atrás, um incidente semelhante ocorreu com um número de telefone vinculado a outro governador do país, Ademola Adeleke, do estado de Osun, que é tio da estrela do Afrobeats Davido. Apesar das ações massivas por parte do governo, com a agência de crimes financeiros prendendo milhares de pessoas, a fraude cibernética – que lá é popularmente chamada de “Yahoo-Yahoo” – continua sendo um grande problema na Nigéria. O diretor do Centro Nacional de Crimes Cibernéticos da Nigéria, Uche Ifeanyi Henry, disse em entrevista à BBC que o governo nigeriano investiu milhões de libras em um centro de crimes cibernéticos de última geração para demonstrar que está levando a sério o combate ao cibercrime.
No Brasil, golpes via WhatsApp afetam milhares de usuários. Em casos como o que vitimou o governador nigeriano, os criminosos conseguem acessar uma conta do WhatsApp clonando o número de telefone, geralmente enganando a vítima para que ela forneça o código de verificação enviado por SMS. Quando ganham acesso à conta, passam a pedir dinheiro aos contatos, fingindo ser o usuário original do número e alegando uma emergência. Mas também há muitos outros tipos de golpes, geralmente pedindo dados pessoais ou o pagamento de alguma taxa para um prêmio ou benefício. Para se prevenir, é recomendável a habilitação da verificação em duas etapas, que adiciona uma camada extra de segurança ao exigir um PIN além do código de verificação enviado por SMS, além de desconfiar de pedidos urgentes de dinheiro (e entrar em contato por outros meios com a pessoa para confirmar a veracidade do pedido), de nunca compartilhar o código de verificação do aplicativo com outra pessoa e, antes de clicar em links ou fornecer informações, verificar a autenticidade da mensagem ou do remetente.
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