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Mestre Lourival Monteiro
Mestre Tomás Pinheiro
Fotos: Assessoria de Marketing Cultural e Comunicação Social do IAP

A flauta artesanal, instrumento fundamental entre os tradicionais grupos de carimbó do Pará, está desaparecendo. O alerta é do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que vem desenvolvendo pesquisa a partir de diretrizes estabelecidas pelo Inventário Nacional de Referências Culturais, em apoio à campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro.
Os resultados iniciais indicam que, na região do Salgado, berço do ritmo no Pará, a flauta artesanal vem sendo substituída por outros instrumentos de sopro disponíveis no mercado, como saxofone e clarinete, o que restringe os conhecimentos à memória e oralidade de virtuosos e raros mestres flautistas, que resistem em preservar e manter o modo próprio de produzir e tocar flauta, com versatilidade e inventividade.
Para valorizar esta arte e estimular o surgimento de nova geração de flautistas, o Iphan firmou parceria com o Instituto de Artes do Pará. Foi criado, então, o projeto Sopro de Carimbó, que tem recursos do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial, do Ministério da Cultura. Em setembro, uma equipe visitou os mestres flautistas dos municípios de Salinópolis, São João de Pirabas, Marapanim, Curuçá, Vigia e Colares para documentação.
Nesta terça e quarta, na sede do IAP, em Belém, será realizado o encontro Fala Memória, programação com os mestres e seus aprendizes, com participação de músicos paraenses interessados, culminando com uma grande roda de carimbó aberta ao público.  O encontro resultará na produção do documento “Memória da Flauta Artesanal pelos Mestres da Cultura Popular”.
O próximo passo do será um laboratório para a confecção de flautas artesanais, em Marudá, no município de Marapanim, entre os dias 27 e 30 de outubro, reunindo aprendizes, músicos e integrantes dos grupos de carimbó, sob a orientação de mestres artesãos e flautistas. A expectativa é reunir participantes de 13 municípios. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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