Por O manto que veste a imagem de Nossa Senhora de Nazaré na 134° edição do Círio de Soure, município do arquipélago e sede da Prelazia do Marajó, este ano está ornado com flores em tons rosa, como uma grande corda simbolizando a população unida a Maria em amor incondicional. Nas laterais, medalhões com os brasões dos bispos titular e emérito da Prelazia do Marajó: à direita, o brasão de Dom José Azcona e na esquerda o de Dom José lonilton. O broche é em metal esculpido com as figuras dos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, criado pelo designer Marcos Aurélio Theodoro. Na parte de trás do manto está o mapa de Soure, em forma de terço, trabalhado com pedraria em strass e canutilhos de vidro, e o fecho metálico simboliza o Espírito Santo, na cruz o Sagrado Coração de Jesus. Ao centro, um camafeu com a foto de Dom Azcona, em homenagem à sua grande figura no Círio de Soure e em sinal de gratidão por ter dedicado quatro décadas de sua vida ao povo marajoara, que tanto o ama e é por ele amado. A senhora Alcina Gonçalves é a doadora oficial do manto.
A doce Irmã Amélia, da comunidade católica Filhos da Divina Graça, de Soure, comenta a homenagem: “É uma manifestação de o todo carinho, de todo o amor que o povo tem por Dom José, e por tudo aquilo que ele tem passado, essa via sacra em torno da sua doença, dos sofrimentos dele, e nós que o amamos não poderíamos deixar passar em branco uma data tão significativa para todos nós e muito para ele. Ele tem um amor incomum por Nossa Senhora, ele é filho de Nossa Senhora, como ele diz, “eu sou filho da mãe da Divina Graça, que é o próprio Jesus”. Então o povo sabe disto e a dona Alcina, como devota de Nossa Senhora e também com esse carinho grande a Dom José, ela manifestou isso através daquilo que ela mais sabe, que é tecer esse manto. E esta campanha que a gente está fazendo também é tecer outro manto. Tecer o manto de oração. Nós temos tanta gente, como de Belém nem se assemelha ao número de participantes do Círio de Nossa Senhora, mas se cada um rezar uma só Ave Maria, quantos rosários nós não estaremos rezando e por uma pessoa que a gente ama muito, por uma pessoa que a gente quer muito bem, uma pessoa que está nas mãos de Deus. Dom José é um grande milagre. Esse câncer avassalador, tão agressivo, e ele, com tudo que já passou, está aí, firme. É uma forma de agradecermos a Deus pelo dom do que Ele foi, do que Ele é e sempre será para nós. Sempre será para nós. Dom José não foi somente um bispo, mas foi pai de tantas pessoas, voz daqueles que não tinham voz. Ele foi a segurança de tantas crianças e adolescentes, como tu sabes. Então, acredito em cada manifestação de amor através da oração, através dessa homenagem do manto – não desprezando o Dom Ionilton, seja ele bem vindo e isso foi bem frisado quando foram colocar o simbolismo do manto que no brasão dele queria dizer, seja bem-vindo, Dom Ionilton. Nós somos conscientes de que Deus prepara um pai também para nós. Ele prepara da melhor forma, de outras maneiras, mas é da melhor forma. E Dom Ioniton é esse dom de Deus para nós também. Ele é bispo, ele é pai. E seja bem-vindo. Teremos desafios juntos? Sim, como o Dom José teve conosco.”
Em áudio gravado domingo passado no hospital Porto Dias, onde está internado, Dom José Azcona dirigiu mensagem aos fiéis. “Aqui, Dom José Luis Azcona! Estamos em festa. É Círio! E eu desejo a todos e a cada família bênçãos do céu, alegria e, sobretudo, a conversão dos corações, o arrependimento dos pecados, a graça para voltar a Deus, pela intercessão de Nossa Senhora de Nazaré, e alegria, muita, muita força em Deus e no povo do Marajó. Abraços a Dom Ionilton e a todo povo minha bênção. Viva Nossa Senhora de Nazaré! Feliz Círio!”
Este ano, uma nova berlinda foi idealizada e doada por Edgar e Jorge Abdon como o cumprimento de um sonho que ambos tinham de oferecer algo assim para o Círio, confeccionada em Soure pelo artesão Cláudio Ramos, com características bem marajoaras.
O bispo Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, o padre Raimundo Rafael de Souza Guedes, chanceler da Prelazia do Marajó, o padre José Antonio, pároco da Pároquia Menino Deus de Soure e todos os religiosos do Marajó, do Pará, a equipe médica, a Marluce, que o acompanha dia e noite, fiéis e amigos têm sido solidários e estão unidos em oração pelo amado Dom José Luís Azcona, que continua vivo como um testemunho do milagre que Deus opera através do amor.
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