0
 

De hoje (25) até o domingo 29 de junho, o Festival de Pássaros e Bichos do Pará promete encantar o público com a tradição dos pássaros juninos e a beleza da cultura paraense. Esta é a quarta edição do evento, realização da Associação Folclórica e Cultural Colibri de Outeiro, no Theatro da Paz. Na abertura, os Pássaros Ararajuba, Tucano e Tangará. A entrada é gratuita, mediante retirada de ingressos na bilheteria do teatro.

O palco, além de sua beleza, tem significado histórico adicional. Os pássaros foram criados por pessoas que na época da Belle Époque não podiam frequentar o Theatro da Paz, e os espetáculos têm personagens do imaginário amazônico, a exemplo de seres místicos e animais da floresta, com musicalidade regional. Trata-se de expressão artística e cultural popular única, genuinamente parauara, que combina música, dança e dramatização, tal qual uma opereta cabocla, reconhecida como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Pará.

A programação continua nesta quinta-feira, 26, às 19h, com o Pequeno Guará e o Uirapuru da Liberdade. Na sexta-feira, 27, às 19h, apresentam-se o Pássaro Pavão e a Suindara. No sábado, 28, às 10h, será a vez do Bacu e do Sabiá de Curuçá. À tarde, às 15h, se apresentam a Borboleta Azul, o Pássaro Tem-Tem de Outeiro e a Borboleta Encantada de Abaetetuba. Já às 18h, o Tem-Tem de Curuçá, a Garça e o Tem-Tem do Guamá.

No encerramento do Festival, domingo, a programação começa às 11h com o Colibri de Outeiro; às 14h, apresentam-se os Pássaros Pipira, Urubu, Maçariquinho de Salinópolis, Rouxinol e Japiim. À noite, às 19h, a Oncinha e o Beija-Flor.

Em Belém, até meados do século XX, durante a fase áurea de diferentes folguedos teatralizados – Bumbás, Pastorinhas, Pássaros e Cordões –, era apresentada uma peça nova por ano, em tablados construídos pelos próprios coordenadores de grupos folclóricos, em circos, em parques cedidos pela prefeitura, em cinemas de bairros populares e em casas de espetáculos tais como o extinto Teatro São Cristóvão. Já por volta da década de 1960, os espaços foram se fechando, os grupos ficaram sem poder sustentar o pagamento de músicos e orquestras. A crise é atualíssima. Ultimamente os grupos de Pássaro só se apresentavam duas vezes ao ano, uma apoiada pela Fundação Cultural do Pará, vinculada ao Governo do Pará, e outra pela extinta Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), atrelada à prefeitura. Agora, pelo jeito, apenas uma.

Mesmo diante de imensos desafios, os grupos de pássaros juninos se esforçam para manter viva essa tradição, que não se resume a um espetáculo, mas uma expressão viva da identidade paraense, que carrega consigo a história, a cultura e a resistência de um povo. 

Betânia Fidalgo Arroyo será palestrante no ENBRA2025

Anterior

OAB-PA forma lista de 12 concorrentes ao desembargo

Próximo

Você pode gostar

Comentários