No campus da UFPA em Belém, no horário das 9h às 18h, estão expostas e em comercialização criações de 44 expositores de diversas regiões do Brasil, até o dia 13 de julho, no Espaço Vadião do Campus Guamá.
A fim de demonstrar que é possível produzir de forma sustentável, sem degradar a natureza e sem trabalho análogo à escravidão, a programação é uma forma de mostrar, na prática, conceitos como respeito à natureza, agroecologia, economia solidária e cooperativismo, entre outros.
No local, há desde itens para ornamentação do lar, biojoias, desenhos e grafismos nas cuias até doces feitos com frutas regionais. A diversidade espelha a riqueza cultural brasileira, especialmente do Norte do país, incentiva a produção e o crescimento de pequenos negócios.
Os Trançados do Arapiuns fazem sucesso nos estandes do evento. São lindas peças de artesanato feitas com palha de tucumã e usando tingimento natural, por 150 mulheres ribeirinhas que habitam na região do Rio Arapiuns.
“Esta cultura vem de geração em geração. Veio dos nossos bisavós, avós e hoje a gente consegue também avançar para os nossos filhos, netos e sobrinhos. Nosso objetivo é avançar mais a produção e fazer com que as pessoas percebam que o nosso produto não é só um artesanato, ele tem uma história tanto da Amazônia quanto do nosso município e até da nossa floresta”, explica Neida Pereira, presidente da Associação Trançados do Arapiuns.
Já a Associação de Moradores Agroextrativistas e Indígenas do Tapajós (Ampravat) oferece produtos como geleias, manibé, vinho manioara, beijus, carimã e farinha. Representante da Ampravat na mostra, a presidente da Associação, Mariane Tupinambá, está vendendo também o livro A vida que brota da terra: Manicuera, Macaxeira, Mandioca, que conta um pouco sobre a relação dos povos indígenas com a mandioca.
“A mandioca é a principal cultura alimentar indígena. O livro conta um pouco da nossa relação desde criança, quando experimentamos a mandioca pela primeira vez”, explica Mariane.
Segundo a representante da Associação de Moradores Agroextrativistas e Indígenas do Tapajós, um dos principais desafios para a comercialização de produtos e para o empreendedorismo na Amazônia é escoar a produção, mas feiras, como a realizada durante a SBPC, contribuem para aproximar o público dos vendedores, atuando como uma ponte.
“Quando a gente já tem esse produto, como fazemos essa parte de logística? Para estar nas feiras, para estar no supermercado? Ainda é um grande desafio. A gente tem na comunidade um espaço em que podemos vender, mas, em Santarém, a gente não tem. A gente vende sempre em outros espaços coletivos, como a SBPC, que é importante nesta questão da divulgação dos produtos e da valorização da cultura local, dos conhecimentos que são trazidos das comunidades e das aldeias”, ressalta Mariane Tupinambá.
FOTOS: Oswaldo Forte
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