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Entra em cartaz nesta quinta-feira e sexta, no Teatro Experimental Waldemar Henrique; no dia 13, na Estação Cultural de Icoaraci; e no dia 20, no barracão da Universidade do Samba Piratas da Ilha, em Mosqueiro, o novo espetáculo da Cia. Experimental de Dança Waldete Brito, “Que Se Dane a Minha Obra”, contemplado no Edital Paulo Gustavo de Múltiplas Linguagens. Todas as apresentações serão às 20h. No Teatro WH, os ingressos custam R$30, com meia e as gratuidades por lei. Em Icoaraci e Mosqueiro, a entrada é franca.

Poética em dança, tem como inspiração fragmentos de contos, romances e crônicas de Clarice Lispector. “A ideia criativa não é dançar a literalidade de suas palavras, mas encontrar em que medida suas inquietações, provocações, ousadia, coragem, força, tristeza e estranhamento, que dão sentido à sua escrita, podem nutrir uma dramaturgia na dança”, comenta a bailarina e coreógrafa Waldete Brito.

O texto como pretexto para criação das cenas se mistura às histórias de vida das intérpretes-criadoras Alessandra Ewerton, Andrea Torres, Ana Lídia, Elyene Lima, Elyene Lima e Thays Magalhães que, durante um ano e três meses, mergulharam na literatura para investigar as “Clarices” que as habitam em coragem, ousadia, tristeza, ansiedade, paixão e tantos outros estados de emoção e sensibilidade que atravessam o corpo. A dramaturgia em “Que Se Dane a Minha Obra” surgiu após a leitura de obras como “Para Não Esquecer”, “A Hora da Estrela”, “Perto do Coração Selvagem”, “A Via Crucis do Corpo”, “Felicidade Clandestina” e “Água Viva”.

“Este ato criativo, para além de um mergulho nas histórias de Clarice, é um convite a um mergulho em si mesmo, capaz de tocar em algumas musculaturas da emoção que parecem se contorcer a cada leitura destes textos atemporais. Embora as histórias sejam dos personagens de Clarice Lispector, encontramos em vários momentos a nossa própria história. Nunca sabemos da potência do edifício que sustenta nossos devaneios e tempestades, nossas noites de escuridão e clareza, tudo em busca de uma liberdade ou de uma verdade inventada”, observa Waldete.

Para a companhia de dança, ler Clarice Lispector para dar asas à imaginação coreográfica é ir além das imagens que brotam com intensidade em sua escrita. “É uma poética literária que tanto nos encanta quanto pode nos perturbar, sobretudo quando nos deparamos com diferentes narrativas entrecortadas por outras que também estavam inacabadas. Há um jogo de palavras, cujos sentidos, às vezes, se encontram nas entrelinhas do pensamento”, reflete a coreógrafa. 

“Que Se Dane a Minha Obra” marca a retomada da Cia Waldete Brito à Região Metropolitana de Belém após a circulação com o espetáculo “Espia”, por municípios no nordeste paraense. É também mais uma celebração aos seus 25 anos de pesquisa cênica, completos em 2023.

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