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Na próxima terça-feira, dia 28 de maio, Espanha, Noruega e Irlanda formalizarão o reconhecimento da Palestina como país soberano, refletindo um crescimento no apoio internacional à soberania palestina em resposta à contínua crise em Gaza. A coordenação dessa iniciativa foi uma prioridade para Simon Harris ao assumir como chefe de governo da Irlanda, em abril. A Irlanda apoia a visão de um estado palestino totalmente soberano desde 1980 — uma postura mais antiga que a de qualquer outro estado da UE. Com a resistência de países como a Bélgica e a mudança de postura de Portugal sob um novo governo conservador, a eficácia da coalizão liderada por Espanha e Irlanda ainda é incerta. A Alemanha, por sua vez, declarou que só reconhecerá a Palestina como estado independente quando Israel fizer o mesmo, considerando a atual situação política em Gaza um impedimento para o reconhecimento.

À medida que manifestações de apoio aos palestinos em Gaza se intensificam globalmente, a Assembleia Geral da ONU ampliou os direitos da Palestina dentro do organismo, demonstrando um aumento na solidariedade internacional. Recentemente, vários países da União Europeia expressaram intenções de reconhecer o Estado da Palestina, sustentando que uma solução de dois Estados é essencial para a paz duradoura na região. O ministro das Relações Exteriores da Noruega (que é membro da OTAN mas não da UE), Espen Barth Eide, declarou que o governo o faria para ajudar a criar um estado palestino politicamente unido em vez de um “estado do Hamas”. Durante o anúncio de reconhecimento, o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, destacou: “Não pode haver paz no Médio Oriente sem este reconhecimento.”

A Comissão Europeia e outras instâncias têm apelado ao cessar-fogo imediato e afirmado que a solução envolve a coexistência de Israel e Palestina como Estados soberanos. Diversos países da Europa Central e Oriental, que no passado se alinharam ideologicamente com Yasser Arafat e a Organização para a Libertação da Palestina, já reconheceram a Palestina como estado independente. Embora a República Tcheca e a Hungria hoje sejam vistas como apoiadoras de Israel, elas mantêm relações diplomáticas plenas com os palestinos.

Após os ataques de 7 de outubro, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu reafirmou a intenção de Israel de eliminar o Hamas — a organização militante que governa Gaza e é considerada uma entidade terrorista pela UE, EUA e outros países. Israel pretende manter um controle de longo prazo sobre Gaza, mas enfrenta críticas internacionais crescentes devido à sua abordagem militar agressiva, que já causou mais de 35.500 mortes, segundo fontes palestinas, agravando a situação humanitária no território.

Em março, lideranças da Espanha, Irlanda, Eslovênia e Malta já haviam se comprometido com o reconhecimento do Estado Palestino. “Esta decisão é por coerência, pela paz e pela justiça”, afirmou o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, que reforçou o compromisso do governo em seguir resoluções anteriores do parlamento espanhol que instavam o reconhecimento formal da Palestina como Estado. Além disso, apontou a necessidade de defender a legalidade internacional sem duplos critérios, tanto em relação à Ucrânia quanto à Faixa de Gaza.

Este reconhecimento, contudo, parece cada vez mais distante para o governo israelense, que continua sua ofensiva em Rafah.

(Crédito da foto: EPA/MOHAMMED SABER)

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