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O projeto de pesquisa e experimentação de artes visuais Etnografia Visual e Arte Comunitária, idealizado pelo professor Rondi Palha, documenta, preserva e valoriza a tradição do boi de máscaras. Ele desenvolve a iniciativa com os alunos da escola Ricardo Chagas, na comunidade do Alto Pereru, zona rural de São Caetano de Odivelas (PA), onde o Boi Caribu reina. A aprendizagem vai além das salas de aula e dos livros. Os estudantes são convidados a participar ativamente da manifestação dos bois de máscaras, tornando-se também guardiões dessa tradição. Ao mergulhar fundo na cultura local, o projeto documenta, preserva e valoriza a tradição. Tem apoio do Ponto de Cultura Boi de Máscaras, da Prefeitura de São Caetano de Odivelas, é contemplado pelo Edital de Artes Visuais da Lei Paulo Gustavo/Pará e recebe também o respaldo da Associação Foto Ativa, do Governo do Pará e do Ministério da Cultura.

São Caetano de Odivelas, município da chamada região do Salgado, é o berço da interessantíssima manifestação de cultura popular Boi de Máscaras, cortejo dramático que tem como figura principal um boi mimético, escoltado por personagens mascarados, embalados por uma orquestra de sopros, violões, tambores e maracás. Surgiu no início do século XX, no mês de junho, em homenagem aos santos da época, principalmente São Pedro e São João. Sua origem estaria em uma sobreposição de elementos das encenações dos bumbás tradicionais e cordões de bichos juninos. As máscaras são elementos essenciais e da construção do universo representativo de contexto cultural da cidade. Confeccionadas em papel machê, dão vida aos personagens.

O Pierrô veste um macacão de listras verticais coloridas e por cima um pano de costa, que pode ser uma toalha de banho ou de mesa chamada romeira, cobrindo toda a lateral do rosto e a cabeça do brincante. Sobre sua cabeça é acoplado um capacete com formato de candelabro de três pontas, feito de armação de cipós e forrado com papel crepom. No rosto, a máscara com nariz pontiagudo dá o tom jocoso e impessoal.

O Cabeçudo veste o brincante até a cintura, com uma enorme cabeça feita de armação de cipós e recoberta em papel machê, da qual pende um paletó com braços acolchoados.

O Buchudo tem máscaras de materiais variados. Desfila logo atrás dos pierrôs e cabeçudos.

O Boi, personagem central, tem características singulares, como a aparência de um boi real e dois tripas (manipuladores) que o movimentam.

Ao envolver a comunidade e os alunos do ensino público, o projeto adota uma abordagem colaborativa que enriquece a experiência de todos. A fotografia e o muralismo emergem como ferramentas poderosas para a salvaguarda e promoção dessas tradições. Cada clique e cada pincelada contribuem para a construção de um mosaico cultural que celebra a diversidade e a história local.

“O projeto de pesquisa e experimentação de artes visuais Etnografia Visual e Arte Comunitária é mais do que uma iniciativa educativa. Ele é um tributo à riqueza cultural da Amazônia e um testemunho do poder transformador da arte e da educação. Em cada máscara e em cada dança, a história de um povo se revela, ressoando com a promessa de que suas tradições jamais serão esquecidas”, comenta o professor Rondi Palha.

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