0

Os funcionários da Câmara Municipal de Belém, em
mês de data base, estão na expectativa de serem convidados a uma reunião com a
direção da Casa e a comissão que seria representante deles para comunicar o
que
 e se receberão algum reajuste. Os rumores
enregelantes incluem prévias do que será informado: o cofre da Casa estaria a
zero e sem a menor condição de arcar com o reajuste de 9% anunciado pelo
prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) para o funcionalismo municipal. O culpado por
tal penúria seria o PCCR, que começou a ser implementado há dois
anos, após décadas de reivindicação.
E como chororô
pouco é bobagem
, os barnabés da
CMB, que lutaram na justiça durante 21 anos, ganharam a causa e esperavam
finalmente repor 20.84% garfados de
seus vencimentos em 1992, serão informados de que isso também não vai dar, porque qualquer mexida no
orçamento, por menor que seja, será insuportável. A velha e manjada ameaça de “demissão” poderá – de
novo! – ser requentada e apresentada
na reunião, caso servidores mais teimosos insistam no cumprimento da decisão
judicial.
Deverá ser anunciado que, na melhor das hipóteses,
com muito esforço e se forem bonzinhos,
os funcionários poderão – quem sabe? – receber uns 2%.
O comunicado terá o aval de uma comissão
originalmente escolhida pelos funcionários e diretores do Sindicato dos
Servidores Municipais (Sisbel), formada, entre outros, por Rodimar Manito dos
Santos, funcionário que na primeira gestão de Raimundo Castro como presidente
da Casa, exercendo chefia no setor financeiro, colocou o nome da própria
esposa, que estava nos EUA, e da mulher de Castro, Lia Castro, em uma lista de
pessoas que recebiam dinheiro da Câmara.  O caso foi descoberto, virou
inquérito administrativo, mas acabou abafado.
Rodimar, que passou um tempo sumido,
voltou na segunda gestão de Castro chefiando o setor de Licitação da Casa. O
assombro e o tititi causados por essa
queda pra cima motivaram nova submersão do servidor, que agora voltou
ao setor financeiro e recebe gordas gratificações.
Quanto ao Sisbel, para ficar só num exemplo, seu
presidente, Emílio Conceição, foi preso em agosto do ano passado, na Operação
Hígia, executada pelo MP e Polícia Civil, para apurar fraudes no Ipamb. 
Os funcionários estão ainda mais tiriricas porque vai ter aumento de
salários na Câmara, e de 50%, mas para os vereadores, cujo vencimento base passará
a R$18 mil, acrescidos dos já famosos penduricalhos, atribuindo a cada um,
incluindo verba de gabinete e ticket alimentação, de R$50 a R$55 mil no final
de maio, totalizando cerca de R$2 milhões.
A revolta do pessoal é que só o ticket alimentação
dos 35 vereadores de Belém drena em torno de R$542 mil por mês, livres do
imposto de renda. Já o montante dos tickets dos 400 servidores não chega a R$254
mil mensais.
Além disso, a turma que carrega o piano ainda não
digeriu
o festival de gratificações concedidas no final da administração
de  Raimundo Castro, que foram mantidas, cujos principais beneficiários
são os mesmos apontados como eternos detentores dos melhores cargos e integrantes
do restrito clube dos mais altos salários da Casa. Coincidentemente, a maioria dos membros da comissão representante
das piabas do Legislativo faz parte
desse círculo.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

MPF contradiz informação da Prefeitura

Anterior

Brilho parauara

Próximo

Você pode gostar

Comentários