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Amanhã, depois da feira, o velho comunista André Costa Nunes, nosso Dom Quixote tupiniquim, marketeiro, escritor e blogueiro valente que vive na beira do Uriboca – o único rio ainda não poluído de todas as áreas metropolitanas do Brasil –, na paradisíaca Terra do Meio de Marituba, réplica da original em Altamira, irá ao Abacatal conversar com a comunidade quilombola que lá habita. Empunhando o estandarte ambiental, cogita ir em comitiva à Assembleia Legislativa argumentar com os deputados – Martinho Carmona (PMDB) é seu vizinho, Arnaldo Jordy (PPS) e Parsifal Pontes (PMDB) já se prontificaram a defender a causa, Luis Cunha (PDT) e a bancada do PT são favas contadas -, “por todos os motivos do mundo”, como diz o destemido André, a quem não faltará Sancho Pança nem o exército necessário para bom termo do resgate a que se propõe.

O caso é assombrosamente simples. Em 5 de novembro de 2009, houve uma audiência pública sobre o projeto de construção de 15 mil casas na antiga Fazenda Pirelli, área de preservação ambiental em Marituba. O povo se manifestou, à unanimidade, contra a proposta do governo.

Pois neste 05 de abril de 2010 saiu publicado no DOE Decreto da governadora Ana Júlia Carepa autorizando desmatar um naco de bom tamanho da Mata da Pirelli, sob o argumento de que parte daquela área já foi antropizada. Ora, nem é preciso ser especialista para antever que a ocupação urbana na floresta – que além da fauna e flora abriga quilombolas e até um sítio arqueológico, identificado e classificado quando da construção da Alça Viária -, só interessa mesmo às empreiteiras de plantão.

É preciso que a questão seja tratada com cuidado e bom senso, a fim de não colocar em risco o equilíbrio do ecossistema, com consequências irreversíveis para a geração futura. A governadora Ana Júlia Carepa tem demonstrado que é capaz de rever posições e até recuar, quando convencida de que é o seu dever. O blog torce por isso.

Leiam mais no blog Tipo assim… folhetim, do André Costa Nunes.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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