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Membro do diretório estadual e municipal do PCdoB no Pará e em Belém, Roony José Bentes de Oliveira foi acusado por uma adolescente da União da Juventude Socialista e por uma militante do PCdoB de estupro e importunação sexual, respectivamente, conforme boletins de ocorrências policiais lavrados na segunda-feira, dia 11. As vítimas apresentaram as denúncias, com os respectivos BOs em anexo, à Comissão Executiva Estadual do partido, que vem tratando o caso com discrição que destoa do sempre combativo tom, só após muita pressão divulgou nota na quinta-feira, e desde então se mantém em silêncio. Com isso, o PCdoB-PA perde a oportunidade de passar do discurso à prática, quando está na berlinda um camarada de homens e mulheres que se dizem feministas. Afinal, o partido tem responsabilidade histórica em relação ao combate à violência sexual, eis que ela é baseada fundamentalmente na desigualdade entre homens e mulheres. A mãe do presidente estadual, Jorge Panzera, que é candidato a deputado estadual, Eneida Guimarães, é uma das mulheres icônicas da sigla, ao lado de Hecilda Veiga e Cordolina Fonteles. Mulheres fortes, valentes, respeitadas e admiradas por sua luta.

“Em referência a denúncia recebida pela direção do partido no dia 11 de julho de 2022, de ato libidinoso praticado pelo Sr. Roony José Bentes de Oliveira, militante deste partido, de cometimento de crime contra a dignidade sexual, liberdade sexual, estupro, estupro simples; e importunação sexual; conforme boletins de ocorrências em anexo, imediatamente foi remetido a Comissão Executiva Estadual do Partido, tendo sido encaminhado o afastamento imediato e preventivo de todas as funções que exercia em nossa organização; sendo referendada por unanimidade dos membros desta comissão política estadual. A Comissão Política Estadual do PCdoB no Pará, reunida neste dia, convoca a Comissão de Controle, para abrir imediato processo disciplinar contra Roony José Bentes de Oliveira, conforme estatuto partidário. Reiteramos nossa total solidariedade e apoio às vítimas, com disponibilização jurídica e psicológica, assim como suas identificações preservadas. Reafirmamos o nosso repúdio e condenação ao fato. O PCdoB não tolera e condena todo tipo de violência contra as mulheres” (sic), diz a nota oficial da Comissão Política Estadual do PCdoB Pará, datada do dia 13.07.2022.

Por sua vez, a Secretaria de Mulheres do PCdoB Belém divulgou “Carta de Repúdio”, abaixo transcrita na íntegra, com os detalhes sórdidos.

“Estupro não é ato sexual, é ato de poder, de dominação e é crime!

Nos últimos dias tomamos conhecimento de não apenas uma, mas duas denúncias de membros da União da Juventude Socialista e também do Partido Comunista do Brasil vítimas do mesmo abusador Roony José Bentes de Oliveira, que teria, de acordo com boletins de ocorrência apresentados pelas vítimas, cometido contra uma militante menor de idade Crime Contra a Dignidade Sexual – Estupro e à outra militante Crime Contra a Dignidade Sexual – importunação sexual.
Diante da gravidade é inquestionável o envolvimento de Roony José Bentes de Oliveira, que faz parte dos núcleos de direção do PCdoB. Exigimos sua expulsão imediata de todos os espaços vinculados ao partido e não apenas o seu afastamento temporário.
As denúncias tratam explicitamente de atos de covardia, crueldade e acima de tudo de violência contra mulheres, que precisam ter medidas exemplares de punição e repúdio, no que diz respeito ao PCdoB.
Vimos registrar nossa solidariedade às jovens vítimas desse abusador e manifestamos nosso profundo repúdio às covardes agressões em que, conforme o relato das vítimas, nota-se um padrão de comportamento onde após alcoolizá-las, deixando-as vulneráveis aos seus ataques, comete diversas violências seja com as mãos, forçando-as a realizar “sexo” oral, anal, vaginal, além de impossibilitar as mesmas de sair do local ou pedir ajuda.
É importante lembrar que nenhum tipo de violência é tolerável. Ser mulher é uma constante luta por respeito, dignidade e sobretudo de sobrevivência. A cultura do estupro nos mata e violenta todos os dias. Portanto, não existe emancipação das mulheres em ambientes comuns a abusadores de nossos corpos, vontades e direitos. Os fatos citados ocorreram no formato e prática das bestas que tentam naturalizar a violência na vida social e política, destruindo a honra das pessoas, além de incentivar e acobertar à misoginia.
No mais, informamos a quem desejar que as vítimas estão sob amparo da justiça e sendo acompanhadas psicologicamente e juridicamente.

#EstuproÉCrime

#Puniçãoaocriminoso

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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