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O novo PAC incluiu 18 projetos na infraestrutura de transportes do Pará: 14 obras públicas, um investimento privado e três estudos de concessão de ativos do setor à iniciativa privada. Entre os empreendimentos, figuram a retomada das obras na BR-163, a Santarém/Cuiabá, e a pavimentação e construção de pontes em trechos da BR-230, a Transamazônica, importantíssimos corredores logísticos que foram implantados no século passado, há mais de 50 anos, e jamais concluídos, em que pesem as reiteradas promessas de todos os presidentes da República durante as últimas cinco décadas.

No total, serão cerca de R$8 bilhões nas intervenções listadas pelo governo federal como prioridade para o estado, R$6 bilhões em rodovias e R$2 bilhões no setor ferroviário, sendo que estão previstos investimentos na Estrada de Ferro Carajás (que só atende a Vale) e a elaboração dos estudos para a concessão da EF-170, a Ferrogrão.

A região Norte como um todo contará com R$ 21,3 bilhões em investimentos públicos e privados, entre os maiores a construção da ponte internacional da Guajará-Mirim, na BR-425, que facilitará a ligação de Rondônia com a Bolívia; enquanto o Sudeste – que já é muito mais desenvolvido – foi aquinhoado com R$96,1 bilhões, a maior parte em concessões existentes e novos editais previstos, como a BR-381, de Belo Horizonte a Governador Valadares, com leilão marcado para 24 de novembro; e a concessão da BR-040, no trecho que liga o Rio de Janeiro (RJ) a Juiz de Fora (MG).

As obras públicas e concessões à iniciativa privada em rodovias e ferrovias somam cerca de 300 empreendimentos e aproximadamente R$ 280 bilhões no Brasil inteiro, R$79 bilhões em recursos do Orçamento Geral da União e R$201 bilhões em investimentos privados.

No Centro-Oeste, onde estão previstos R$ 46,3 bilhões, a construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico 1) aumentará a conectividade entre os estados, fomentando a economia e o escoamento da produção agropecuária regional.

Por sua vez, a inclusão do trecho entre Salgueiro e Suape no projeto da Transnordestina impulsionará o desenvolvimento de Pernambuco. O total de investimentos para o Nordeste é de R$ 49,1 bilhões. Entre os empreendimentos rodoviários, ênfase para a conclusão da duplicação da BR-101, demanda histórica da população de Sergipe.

Para o Sul estão previstos R$ 57,8 bilhões, realce para a obra do contorno viário de Florianópolis, na BR-101, maior obra de infraestrutura rodoviária do país. O projeto é executado com recursos privados e dará fluidez ao trânsito na região, uma vez que desviará o tráfego de longa distância do eixo principal da rodovia.

Agora comparem essas novas obras estratégicas com os empreendimentos no Pará: restauração da BR-155, entre Redenção e Marabá, que há anos está só crateras; adequação da BR-316 (não consta duplicação); substituição de pontes de madeira na BR-230; construção de pontes na BR-230 no trecho Altamira – Rurópolis; construção da ponte sobre rio Xingu, também na BR-230 (Transamazônica); construção da BR-422 (a Transcametá); da BR-308 (Bragança-Viseu); da BR-230, nos trechos Novo Repartimento-Pacajá e Medicilândia-Rurópolis; da BR-163 (Santarém/Cuiabá) em Rurópolis; restauração da BR-158, entre Casa de Tábua e Redenção; adequação do perímetro urbano de Marabá na interseção das BR-155/222/230; duplicação da BR-222 (Dom Eliseu/Marabá); concessões existentes na BR-163, de Sinop(MT) a Miritituba, distrito de Itaituba (PA); estudos para concessão da BR-155/158/MT/PA e estudos para concessão da BR-163.  Nas ferrovias, como já dito, o dinheiro vai para a EFC, que só beneficia a Vale; e estudos para concessão da EF-170, a Ferrogrão. Cadê projetos novos e estratégicos?

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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