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A vigésima-oitava rodada do Campeonato Brasileiro da Série B foi um balde de água fria, ou melhor, um “temporal” de frustração para os torcedores paraenses. Tanto o Paysandu quanto o Remo saíram de campo derrotados, aprofundando as crises e acendendo luzes de alerta máximo em Belém. No caso do Papão, a situação é dramática e a lanterna da competição é um fardo pesado demais.

Para o Paysandu, que perdeu por 1 a 0 para o Grêmio Novorizontino, em casa, na noite de terça (23), a derrota não foi apenas mais uma na conta. Ela sedimenta o clube na última posição da tabela, longe de sair da zona de rebaixamento (Z-4). Os números são cruéis: 22 pontos em 28 jogos, um aproveitamento que assusta e coloca o clube próximo da Série C em 2026. A dificuldade em converter oportunidades e a fragilidade defensiva continuam sendo os calcanhares de Aquiles da equipe bicolor.

Já o Remo tropeçou ao perder por 2 a 1 para o Volta Redonda, fora de casa, na quarta (24). O resultado o fez cair na tabela e o distanciou do G-4. O Leão Azul, que flertou a competição inteira com a parte de cima, agora ocupa a 12ª posição, com 39 pontos, e a vaga na elite parece cada vez mais uma miragem distante. A derrota é ainda mais dolorosa por ter sido para uma equipe que está na parte de baixo da tabela, evidenciando uma inconstância preocupante no desempenho azulino.

A perspectiva para o Paysandu é a mais sombria. A equipe precisa de uma reviravolta urgente, algo que beira o milagre, para escapar da queda. Os 8 pontos de diferença para o primeiro time fora do Z-4 representam uma montanha a ser escalada em apenas dez rodadas. A busca por um novo fôlego e, principalmente, por resultados positivos é a única tábua de salvação.

No lado do Remo, agora sob o comando do experiente Guto Ferreira, é crucial que o time reencontre a consistência para voltar a sonhar com uma vaga na parte de cima.

Olhando para a próxima rodada, a pressão é total para os dois clubes paraenses, que terão jogos duríssimos. O Paysandu viaja para Santa Catarina para encarar o Criciúma, no domingo (28), líder da Série B e forte candidato ao acesso. O Papão terá pela frente uma das melhores defesas do campeonato e a missão de pontuar será hercúlea.

O Remo, por sua vez, joga em casa, também no domingo, contra o CRB. O time alagoano está com 40 pontos e ainda sonha com uma vaga no G-4, tornando o confronto direto e de alto risco para o Leão. Uma vitória é fundamental para estancar a crise e manter o sonho do acesso aceso, por mais tênue que ele esteja.

O momento é de angústia e de cobrança, mas também de apoio. Paysandu e Remo representam a força do futebol paraense no cenário nacional e precisam de toda energia positiva para superar essa fase. A luta está longe do fim, mas os próximos jogos serão cruciais para definir o futuro dos gigantes de Belém na Série B de 2025.

O que será que a 29ª rodada reserva para os clubes do Pará?

Foto de Henrique Herrera (Paysandu-Novorizontino)

Rodolfo Marques
Rodolfo Marques é professor universitário, jornalista e cientista político. Desde 2015, atua também como comentarista esportivo. É grande apreciador de futebol, tênis, vôlei, basquete e F-1.

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