Publicado em: 18 de novembro de 2011
Mulheres marajoaras são
traficadas debaixo dos narizes oficiais
e viram escravas sexuais fora do País. Esta foi a estarrecedora constatação que
os deputados estaduais Edmilson Rodrigues (PSOL), Carlos Bordalo (PT) e Edilson
Moura (PT), da CPI do Tráfico Humano, fizeram ontem em audiência pública na
Câmara Municipal de Breves. Depoimentos confirmaram que, atraídas com promessas
de emprego, as jovens são levadas para Macapá (AP) e de lá para o Caribe. Hoje,
a CPI trabalha em Curralinho, e amanhã em Portel.
traficadas debaixo dos narizes oficiais
e viram escravas sexuais fora do País. Esta foi a estarrecedora constatação que
os deputados estaduais Edmilson Rodrigues (PSOL), Carlos Bordalo (PT) e Edilson
Moura (PT), da CPI do Tráfico Humano, fizeram ontem em audiência pública na
Câmara Municipal de Breves. Depoimentos confirmaram que, atraídas com promessas
de emprego, as jovens são levadas para Macapá (AP) e de lá para o Caribe. Hoje,
a CPI trabalha em Curralinho, e amanhã em Portel.
A exploração sexual de
crianças também foi tratada na audiência. O presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais, Luiz Carlos, revelou que meninas entre 11 e 15 anos
de idade, cujas famílias vivem em condição de miséria, se prostituem em troca
de óleo diesel. Quanto mais jovem é a criança, mais diesel ela recebe. Ele relatou
que, muitas vezes, os próprios familiares das vítimas conduzem a negociação,
que pode angariar entre 10 e 40 litros de diesel. A clientela é formada,
principalmente, por usuários de balsas e navios que frequentam o lugar com
destino a Manaus, Macapá e Santarém. O combustível é usado nas embarcações das
famílias das crianças e adolescentes para pesca e transporte.
crianças também foi tratada na audiência. O presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais, Luiz Carlos, revelou que meninas entre 11 e 15 anos
de idade, cujas famílias vivem em condição de miséria, se prostituem em troca
de óleo diesel. Quanto mais jovem é a criança, mais diesel ela recebe. Ele relatou
que, muitas vezes, os próprios familiares das vítimas conduzem a negociação,
que pode angariar entre 10 e 40 litros de diesel. A clientela é formada,
principalmente, por usuários de balsas e navios que frequentam o lugar com
destino a Manaus, Macapá e Santarém. O combustível é usado nas embarcações das
famílias das crianças e adolescentes para pesca e transporte.
“O Estado não combate esse tipo de
crime. A pobreza leva meninas que mal tiveram tempo de conhecer o próprio corpo
a se prostituir“, criticou o sindicalista.
O deputado Edmilson
Rodrigues cobrou políticas públicas para o enfrentamento da pobreza no Delta do
Amazonas: “Essa situação é
degradante e gera sequelas irreparáveis psicologicamente e fisicamente, como
doenças e gravidez indesejada“.
Rodrigues cobrou políticas públicas para o enfrentamento da pobreza no Delta do
Amazonas: “Essa situação é
degradante e gera sequelas irreparáveis psicologicamente e fisicamente, como
doenças e gravidez indesejada“.
A Irmã Rita Raboin, da
Congregação das Irmãs de Notredame, que atua no enfrentamento da exploração
sexual de crianças e adolescentes no Marajó, confirmou a relação estreita da
exploração com o tráfico.
Congregação das Irmãs de Notredame, que atua no enfrentamento da exploração
sexual de crianças e adolescentes no Marajó, confirmou a relação estreita da
exploração com o tráfico.
A defensora pública Úrsula Mascarenhas disse que é impossível acompanhar todas
as violações de direitos que ocorrem nos 17 municípios do Marajó: a instituição
só tem dois representantes no arquipélago. “O tráfico é uma chaga social que não cicatriza, no Marajó“,
destacou, informando que a sexualidade precoce no lugar, a partir dos 11 anos
de idade, é comum. As meninas sofrem violência sexual com e sem consentimento
e, muitas vezes, com a conivência da família.
“A ausência de uma rede de proteção à criança e adolescente ajudam muito
a aumentar o tráfico e incentivam a prostituição. Falta a presença do Estado
para proteger a criança e adolescente, falta estrutura humana e material.
O comandante do policiamento de Portel informou que, nas ocasiões em que o
Exército Brasileiro faz operações naquela cidade, a prostituição aumenta
sobremaneira por conta dos combatentes do Exército em procurar por este serviço”,
denunciou o deputado Carlos Bordalo.
a aumentar o tráfico e incentivam a prostituição. Falta a presença do Estado
para proteger a criança e adolescente, falta estrutura humana e material.
O comandante do policiamento de Portel informou que, nas ocasiões em que o
Exército Brasileiro faz operações naquela cidade, a prostituição aumenta
sobremaneira por conta dos combatentes do Exército em procurar por este serviço”,
denunciou o deputado Carlos Bordalo.
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