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As crianças C.C.T.P., de 8 anos, e A.V.T.P., 10 anos, vivem sozinhas em casa, poucas vezes vão à escola e são violentamente espancadas porque comem biscoitos ou tomam iogurte. De acordo com a avó, que denunciou o caso, a mãe delas vai para rua e esquece de voltar, passa da hora das refeições e por isso o menino e a menina, com fome, comem o que encontram na geladeira, o que deixa a mãe possessa. A avó diz que o pai paga pensão para ambos e já está cansada de denunciar o crime ao conselho tutelar mas ninguém faz algo, então resolveu postar no Facebook um pedido de socorro com fotos das crianças espancadas, os rostos inchados e feridos, costas e braços muito machucados por surras. 

Vi o post e, para proteger as crianças, não compartilhei a postagem, mas encaminhei de pronto a denúncia à delegada de polícia Beatriz Silveira, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Tecnológicos, que imediatamente repassou o caso à delegada Simone Edoron, diretora de Atendimento aos Vulneráveis da Polícia Civil do Pará e, juntas, descobriram que o endereço das crianças é em Manaus(AM), e já entraram em contato com a polícia de lá, pedindo providências, que ficaram de me informar. 

Quem souber de situações de abuso contra crianças – ou qualquer outra pessoa, adulta, idosa, com deficiência física ou mental – deve imediatamente denunciar o fato. O silêncio também é crime, de conivência. Se a sociedade não fechar os olhos, é possível melhorar o mundo. 

É preciso romper com o pacto de silêncio que encobre as situações de abuso e exploração contra crianças e adolescentes. Não se pode ter medo de denunciar, é a única forma de ajudar esses meninos e meninas. 

Saiba a quem recorrer: Conselhos Tutelares, Varas da Infância e da Juventude Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente, Delegacias da Mulher. Por meio do Disque 100, o usuário pode denunciar violências contra crianças e adolescentes, colher informações acerca do paradeiro de desaparecidos, tráfico de pessoas – independentemente da idade da vítima – e obter informações sobre os Conselhos Tutelares.
O serviço, da Presidência da República, funciona diariamente de 8h às 22h, inclusive nos finais de semana e feriados. As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos de defesa e responsabilização, conforme a competência, num prazo de 24h. A identidade do denunciante é mantida em absoluto sigilo. 
Pelo número de telefone 181, o cidadão paraense pode fazer denúncias em todo o Estado e fornecer informações sobre crimes e diversas outras formas de violência, com a garantia do sigilo dos dados registrados e o anonimato do denunciante.  A ligação é gratuita e o atendimento é realizado 24 horas por dia, sete dias por semana.

ATUALIZAÇÃO: O coordenador geral dos
Conselhos Tutelares de Manaus, Antonio Rozinaldo, já informou as providências
tomadas. Os conselheiros tutelares Damião e Juvêncio estiveram no local,
encontraram as crianças sozinhas, localizaram a mãe no trabalho e a chamaram
com urgência. Durante o atendimento, a equipe do delegado Rafael, da delegacia
especializada no atendimento da Criança e do Adolescente, chegou ao local e os
pais foram notificados para a aplicação de medidas de proteção.
 A informação chegou a mim
pela delegada Beatriz Silveira.
 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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