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O projeto “Cafeicultura Brasileira Sustentável – Sistema de Compensação de Crédito de Carbono na Apólice de Seguro Rural no Brasil” foi firmado por meio de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Conselho Nacional do Café (CNC) e a ONG ProNatura Internacional, com o objetivo de impulsionar práticas agrícolas sustentáveis na produção de café e incentivar os cafeicultores a adotar ações que resultem em benefícios socioeconômicos e ambientais.

O lançamento oficial do projeto contou com a presença do secretário de Política Agrícola do Mapa, Guilherme Campos, o presidente do CNC, Silas Brasileiro, o presidente executivo da ProNatura Internacional, Marcelo de Andrade, e o presidente da Cocatrel, Jacques Fagundes Miari. Eles se reuniram para discutir os detalhes operacionais do projeto, junto com especialistas da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e coordenadores do ACT.

A ação, que inicialmente abrangerá uma área de 60 mil hectares da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), em Minas Gerais, prevê a adoção de práticas agrícolas sustentáveis que reduzam as emissões de carbono, como o uso de adubação verde (com plantas de cobertura que evitam a erosão do solo e promovem a conservação da biodiversidade e da água), compostagem orgânica e manejo sustentável do solo.

Ao adotar essas práticas, os produtores terão seus esforços medidos e poderão gerar créditos de carbono, que serão comercializados e compensarão parte do custo de suas apólices de seguro rural. A compensação será feita junto a instituições financeiras internacionais, o que agrega valor ao café produzido, uma vez que práticas sustentáveis são cada vez mais exigidas pelo mercado internacional, especialmente pela União Europeia.

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, responsável por cerca de 38% da produção global. Diante dessa relevância, o mercado internacional, especialmente a União Europeia, tem demandado cada vez mais produtos sustentáveis e com menor impacto ambiental. O projeto de integração de créditos de carbono às apólices de seguro rural surge como um diferencial competitivo, alinhando a produção nacional às exigências do mercado externo, o que pode resultar em maior valorização do café brasileiro.

Segundo o presidente do CNC, Silas Brasileiro, “este é um projeto inovador que conecta a sustentabilidade ao acesso a uma ferramenta essencial para o produtor: o seguro rural. Estamos incentivando não apenas uma cafeicultura de baixo impacto ambiental, mas também proporcionando aos cafeicultores melhores condições para continuar produzindo de maneira segura e sustentável.”

Com a Cocatrel como projeto piloto, a expectativa é expandir o programa para outras regiões e cooperativas à medida que os resultados forem se consolidando. A implementação desse sistema de compensação de crédito de carbono na cafeicultura brasileira tem o potencial de se tornar um modelo a ser seguido por outras culturas agrícolas, ampliando a prática sustentável no campo e fortalecendo a competitividade do Brasil no mercado internacional de produtos agrícolas.

O próximo passo do projeto envolverá a definição das métricas de aferição dos créditos de carbono, que será conduzida em parceria com instituições técnicas especializadas. A partir dessas métricas, será possível mensurar a redução das emissões de gases de efeito estufa ao longo do processo produtivo e determinar os créditos a serem gerados por cada produtor participante.

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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