Publicado em: 16 de julho de 2025
Acompanhei a triste notícia de que um ônibus repleto de estudantes da Universidade Federal do Pará sofreu grave acidente ao colidir com uma carreta próximo a Porangatú. O ônibus seguia para Goiás para um congresso da União Nacional dos Estudantes. É fato que três estudantes da UFPA perderam a vida no imprevisto episódio. E todos que se encontravam a bordo sofreram lesões devido a violência do choque. Independente das providências que as autoridades do estado devem adotar para apurar eventuais responsabilidades, cabe a nós, pais e professores, derramarmos uma, duas, três, várias lágrimas por esses filhos que partiram.Nós professores temos um pouco de pai e mãe em relação a nossos alunos. Nossos meninos estavam expostos ao perigo, ao frio da madrugada, ao calor do meio dia, ao desconforto de uma viagem referta de atribulações, de aperturas, pois não dispõem de verbas de custeio para hospedagem, a mais simples que seja, deslocamento, somente alimentação franciscana quando é fornecida. Ainda assim ganham o asfalto das estradas, a poeira dos caminhos e seguem atrás de seus sonhos, de aprender mais, conhecer mais, quando o congresso é acadêmico ou debater diretrizes de política estudantil, quando os encontros têm essa finalidade. Mas sempre com um propósito de construir um país melhor. De deixar para outras safras de estudantes uma universidade mais democrática, técnica, voltada para a sociedade, pois essa é a sua razão de existir. Três alunos perderam suas vidas no fragor da luta. Na seara do trabalho, na militância cívica. Outros braços pegarão o arado e a luta prosseguirá mais forte. Mas renova-se a esperança – canta Milton Nascimento – nova aurora a cada dia e há que se cuidar do broto pra que a vida nos dê flor e fruto. Alegria e muito sonho, espalhados no caminho, verdes planta e sentimento, folhas, coração, juventude e fé…
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