Publicado em: 9 de junho de 2025
Está aberta até o próximo dia 15 de junho a chamada pública do Biorama – Evolução da Bioeconomia na Amazônia pela Raiz, que pretende identificar e apoiar cinco soluções tecnológicas e científicas com potencial de impacto direto em negócios comunitários da sociobioeconomia amazônica. A proposta é conectar startups, pequenas empresas, universidades e organizações de base tecnológica com cooperativas e associações extrativistas em busca de alternativas inovadoras para os desafios cotidianos da produção sustentável na região.
A chamada é voltada a propostas voltadas a três cadeias produtivas prioritárias: açaí, cacau e oleaginosas (como andiroba e murumuru). As inscrições são gratuitas e devem ser feitas por meio do site oficial da iniciativa. As soluções podem estar em diferentes níveis de maturidade, desde ideias embrionárias até tecnologias prontas para adaptação e aplicação no campo.
O Biorama é realizado por uma aliança entre a Fundação CERTI e o Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus), com apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e financiamento da União Europeia por meio do Programa Euroclima, implementado pela agência alemã GIZ.
A iniciativa prevê o envolvimento direto dos agentes de inovação com os territórios e populações locais. Os selecionados participarão de imersões presenciais em comunidades extrativistas, com visitas de campo, oficinas colaborativas, capacitações online, mentorias especializadas e apoio no desenvolvimento ou adaptação das tecnologias.
Além disso, cada proposta receberá ajuda de custo no valor de R$ 5 mil para viabilizar sua participação nas etapas presenciais, com despesas de viagem, hospedagem e alimentação custeadas pelos organizadores. Ao final, os protótipos serão apresentados a potenciais financiadores e investidores interessados em fomentar a bioeconomia da Amazônia Legal.
O Biorama incentiva a participação de organizações lideradas por mulheres, pessoas negras, indígenas, quilombolas, populações tradicionais e outros grupos historicamente sub-representados, especialmente aqueles com atuação territorial direta na Amazônia.
Os alvos de inovação foram definidos a partir de entrevistas com organizações locais e refletem demandas concretas. Entre os principais gargalos a serem solucionados estão:
- Cacau: tecnologias para secagem eficiente das amêndoas, combatendo a alta umidade que favorece fungos e deteriora a qualidade sensorial do produto; e sistemas de rastreabilidade que garantam controle da origem e valorização no mercado.
- Oleaginosas (andiroba, murumuru): rastreabilidade das sementes coletadas e soluções de baixo custo para beneficiamento e controle de qualidade dos óleos produzidos em comunidades, ampliando o acesso a mercados exigentes.
- Açaí: inovações em manejo, armazenamento, transporte e colheita, com foco na segurança dos extrativistas e na redução de perdas causadas pela rápida deterioração do fruto. Busca-se também tecnologias que prevejam a produtividade e enfrentem os efeitos das mudanças climáticas nos ciclos produtivos.
Além da oportunidade de desenvolver e testar soluções em contexto real, os selecionados participarão de um cronograma estruturado de atividades. Em seguida ao período de inscrição das propostas, de 19 de maio a 15 de junho, acontece a avaliação e pré-seleção das candidaturas, entre os dias 16 e 27 de junho. O processo de matchmaking com os negócios comunitários está previsto para o período de 30 de junho a 10 de julho. Já a etapa de imersão online ocorrerá entre 14 de julho e 15 de agosto. As propostas selecionadas seguem então para a imersão presencial, de 18 de agosto a 17 de outubro, onde será realizado o desenvolvimento de protótipos ou a adaptação das soluções existentes. Por fim, os participantes deverão elaborar um plano de desenvolvimento até o dia 17 de outubro.
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