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No dia 3 de novembro de 2023, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira foi nomeado bispo da Prelazia do Marajó (PA). Com a comoção no arquipélago ante a injustificada e não explicada exigência da saída do bispo emérito Dom José Azcona, que há quarenta anos vive e luta pelo arquipélago, o Dicastério para os Bispos, organismo da Cúria Romana, revogou a exigência esdrúxula mas até agora não houve a posse do novo bispo, programada para o início deste ano.

Em carta aberta ao núncio apostólico Dom Giambattista Diquattro, os leigos marajoaras historiam a situação, lembrando que aguardam pacientemente o pronunciamento oficial e questionam o silêncio da Nunciatura, ao mesmo tempo em que enfatizam que isso acaba por fortalecer no povo a convicção do quanto será difícil acolher Dom Ionilton como pastor.

No documento, os leigos frisam que a maior parte dos religiosos católicos enviados ao Marajó assumiu e personificou a identidade marajoara realizando sua missão evangelizadora em plena comunhão com a cultura do povo, do que é exemplo Dom Azcona, que até hoje é quem acolhe e cuida de todos e todas, e do alto dos seus 83 anos continua a caminhar quilômetros, viajar de rabetas e barquinhos po-po-pôs enfrentando as grandes águas do arquipélago e todas as adversidades a fim de levar a palavra de Deus e o conforto cristão aos mais necessitados, em uma área maior do que vários países.

Os leigos solicitam ao núncio apostólico que se posicione a respeito da permanência ou afastamento de Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira como bispo da Prelazia do Marajó, visto que até hoje ele sequer visitou a região. E deixam claro que não abrem mão da coragem e da graça de defender os direitos humanos com todas as consequências como perfil do bispo prelado, ao mesmo tempo em que assuma a religiosidade popular do povo num esforço constante por aproximá-la mais e mais de Cristo.

Em outro documento divulgado no ano passado, os marajoaras denunciaram que Dom Azcona é vítima de perseguição há anos pelo arcebispo metropolitano de Belém, “que em um ato de contra testemunho, falta de exercício da humanidade, da fraternidade, da compreensão e do diálogo, o proíbe até de celebrar missas em Belém, desconsiderando integralmente o que foi notabilizado no Concílio Vaticano II, quando afirma que Cristo tornou os Bispos sucessores dos apóstolos, participantes da sua própria consagração e missão. E que estes possuem a missão de transmitir legitimamente o múnus do seu ministério em grau diverso e a diversos sujeitos. Entendermos ser este ato injusto, contrário ao testemunho da fé cristã, ao catecismo da Igreja e um contra testemunho de amor ao próximo”, diz o documento.

A Nunciatura Apostólica recebeu ontem, via e-mail, a carta, e ainda não se manifestou.

Leiam a íntegra da carta.

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