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Entidades da sociedade civil paraense fizeram hoje de manhã uma Caravana dos Direitos Humanos para entregar aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário um documento expondo as graves violações de direitos humanos no Estado e também apresentando recomendações para que os problemas sejam superados. A primeira visita foi à Assembleia Legislativa, onde o presidente da Casa, deputado Márcio Miranda(DEM), pediu licença ao orador que ocupava a tribuna, deputado Airton Faleiro(PT), e recebeu em plenário os manifestantes, ao lado do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alepa, deputado Carlos Bordalo(PT).

Com dados extraídos do Mapa da Violência e outros estudos, as entidades detalharam as mazelas no campo e na cidade, principalmente o extermínio da juventude negra e pobre da periferia, os problemas ocasionados pela construção de usinas hidrelétricas na Amazônia, além do enfraquecimento dos programas como o Provita-PA (Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas no Pará), PPCAAM-PA (Programa de Proteção da Criança e do Adolescente Ameaçado no Pará) e PEPDDH-PA (Programa Estadual de Proteção aos Defensores e defensoras de Direitos Humanos no Pará).
A atividade integra a programação alusiva aos 66 anos da promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, e conta com a participação da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), Comissão de Direitos Humanos da OAB-PA, Universidade Popular (Unipop), Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), Centro de Estudos e Defesa do Negro e da Negra do Pará (Cedenpa), Movimento de Mulheres Campo e Cidade (MMCC), Movimento Nacional de Direitos Humanos Regional Amazônia 2 e Associação Brasileira de Ongs – Seção Pará. 

O deputado Márcio Miranda anunciou que os partidos têm prazo até esta sexta-feira, 12, para indicar os membros da CPI das Milícias e que na segunda-feira, 15, serão tomadas as providências para a instalação da Comissão. 

O deputado Edmilson Rodrigues(PSOL) fez pronunciamento na tribuna. “Não estamos colocando em xeque as instituições das Polícias Civil e Militar, que reúnem cerca de 4 mil trabalhadores. Nenhum deputado defendeu mais do que eu a dignidade dos policiais. Não se pode condenar o todo por um tumor canceroso (…) Já tenho certeza que há milícias. Autoridades já reconheceram. Temos informações de 40 a 60 policiais envolvidos“, destacou Edmilson, que outro dia leu também da tribuna trechos do processo a que responde o prefeito afastado de Igarapé-Miri, Ailson Amaral, o Pé de Boto, flagrado em grampo telefônico comandando milícia com a participação de policiais, que prendiam, matavam e torturavam pessoas da cidade. 

Mais denúncias vêm sendo recebidas por Edmilson. Ele acredita que a CPI poderá contribuir com as investigações em andamento. “Não creio que o governo tenha interesse em grupos de extermínio. A nossa investigação pode ajudar a coibir (esse tipo de crime). Está se falando de gente que se une para matar, cobrar taxa mensal (para a manutenção dos grupos) e determinar quem pode atuar nas áreas A ou B. Nossa cidade está dominada por verdadeiras gangues que decretam a pena de morte. Queremos ordem e paz. Temos que combater a violência sem violência“, defendeu.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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