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A inauguração, nesta quinta-feira, 9, às 18h, da Biblioteca Vicente Salles, da Casa das Artes, ligada ao Sistema de Bibliotecas Públicas do Estado e administrada pela Biblioteca Pública Arthur Vianna, é uma justa homenagem ao historiador, antropólogo e folclorista paraense considerado um dos mais importantes intelectuais do século XX, da Amazônia e do Brasil. Será lançada também a terceira edição do livro “Música e Músicos do Pará”, de autoria de Vicente Salles, com direito a um bate-papo sobre a obra com a professora Marena Salles – viúva do escritor – e o maestro Jonas Arraes, organizador da edição. Haverá, ainda, apresentação musical de Luciana Arraes (violino) e Jesse Piñon (piano) e da Orquestra Choro do Pará. 

A Biblioteca Vicente Salles será aberta ao público e permitirá o acesso informatizado a todo o sistema. O espaço de leitura prioriza títulos voltados às diversas linguagens artísticas e recebeu o nome do ilustre pesquisador e professor, que  passou a vida pesquisando a cultura popular e mapeando os quilombos paraenses, entre tantos outros temas da história do Pará. 

A primeira edição do livro “Música e Músicos do Pará” é datada de 1970 e esta última, revisada a partir da consultoria do professor doutor Jonas Arraes e da professora Marena Salles, produzida pela Fundação Cultural do Pará, contém registros feitos pelo escritor em forma de verbetes até 2004 e inclui um ensaio de Vicente Salles em que ele historia e contextualiza com fotos a música no Pará, transitando pelas expressões e manifestações que vão do erudito ao popular.  A edição traz também uma coleção de imagens antigas, parte do acervo da família, muitas delas raras, registrando bandas, orquestras e músicos que fizeram a história da música parauara. 

Vicente Juarimbu Salles (27 de novembro de 1931 — 7 de março de 2013) nasceu na Vila de Caripi, município de Igarapé-Açu, nordeste do Pará. Entre seus trabalhos figuram os livros “História do Teatro do Pará”, “Vida do maestro Gama Malcher”, “O Negro do Pará – sob o regime da escravidão” e “Santarém: uma oferenda musical”.
Sua obra “O negro no Pará sob o regime da escravidão” foi um marco divisor nos estudos sobre o negro na Amazônia e contrariou a tendência dos estudos antropológicos e historiográficos da época, segundo os quais a quantidade de negros escravos migrados para a Amazônia não era suficiente para assentar uma dinâmica cultural relevante. Publicou 24 livros e 50 microedições, além de ensaios em obras coletivas. Vicente Salles morreu aos 81 anos, de parada respiratória, no Rio de Janeiro, cidade onde sua mulher, Marena Salles, vive até hoje. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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