Ontem uma situação surreal atrapalhou o concerto da Amazônia Jazz Band. Os músicos faziam uma performance incrível no palco do lindo Theatro da Paz, dançando enquanto executavam peças icônicas do cancioneiro latino e composições autorais como “Gafieira Belém”, do maestro Leonardo Coelho de Souza, em primeira audição mundial, e “Michelle”, do guitarrista Kim Freitas, numa coreografia que nada fica a dever às big bands mais famosas do mundo.
Mas um falatório começou a incomodar a plateia. Um casal primeiro conversava animadamente, como se estivesse à mesa de um bar. Ao invés de sossegar com o “ssshh” do público incomodado, o falatório aumentou o tom e evoluiu para cenas insólitas como a mulher levantando e estapeando o par, ao mesmo tempo em que fazia gestos largos com os braços. De nada adiantavam os protestos das pessoas que lotavam o templo da cultura parauara: o casal continuou a pantomima. Ora a mulher abraçava e apertava as bochechas do homem, ora o empurrava aos gritos, para horror das demais pessoas, que temiam o revide. Pareciam bêbados.
Lá pelas tantas, três funcionários do teatro, com extrema discrição, foram por um fim à patacoada, mas houve resistência. Naturalmente, não podiam simplesmente arrastar os bufões, então se dispuseram pacientemente a tentar convencer o homem a sair, ao que a mulher dizia: vai! Mas ninguém arredava o pé. Até que finalmente ele se dispôs a ir embora. A mulher ficou durante alguns minutos, mas logo levantou e começou a dançar no corredor entre as cadeiras. Repreendida pelos prejudicados, ainda fez comentários malcriados e para gáudio geral resolveu se retirar. Por pouco os aplausos não foram nessa hora.
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