A equipe do Festival Pan-Amazônico de Cinema, cuja mostra competitiva será de 19 a 27 de novembro em Belém, está no arquipélago do Marajó, onde realiza oficinas e constrói produtos de audiovisual com as comunidades locais, dentro da proposta do “Festival Curta Escolas”, um subproduto do Amazônia (FI) Doc, que incentiva e premia com troféus os jovens cineastas de escolas públicas e comunidades periféricas. A equipe já passou pela vila de Joanes, em Salvaterra, e pelo bairro do Pacoval, em Soure, e passa de 26 a 30 de agosto em Cachoeira do Arari, onde encerra a itinerância pelo Marajó.
A idealizadora, diretora geral, produtora executiva e curadora do festival, Zienhe Castro, conta que esta é a segunda vez consecutiva que o Amazônia (FI)Doc faz itinerância pelo arquipélago do Marajó. Ao longo dos 15 anos de existência do projeto, diversas regiões do Pará já foram contempladas. “A gente trabalha dentro da perspectiva de democratização do acesso ao audiovisual porque a descentralização deve ocorrer não só entre os Estados brasileiros, mas dentro dos próprios Estados. Em geral, as capitais centralizam muito os processos. No caso do Amazônia (FI)Doc, a base é Belém do Pará. É na capital, onde acontece a maioria das ações, então a gente faz o circuito itinerante para oportunizar a outros municípios do Estado o diálogo e a construção. Em todos os recantos, a gente encontra talentos, pessoas interessadas em conhecer melhor a linguagem e aprender também o passo a passo técnico para se construir uma obra audiovisual. Então, é importante que a gente democratize e leve para diversos municípios essa proposta”.
Zienhe informa que os participantes das atividades são selecionados a partir de uma rede de conexões já estabelecida com escolas, associações, entre outros coletivos mapeados pela equipe do festival. “O resultado de todas as oficinas será um produto audiovisual, seja ele um videoclipe, um documentário ou um curta-metragem. Em Joanes, por exemplo, participaram 50 alunos do ensino fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede pública e esse mesmo modelo de articulação e formação a gente aplica em todas as cidades por onde o circuito passa. Durante a oficina, a gente mostra todo o processo de construção do produto audiovisual, desde a construção da ideia até a elaboração do roteiro e o desenvolvimento desse produto, porque, como o tempo é escasso, precisamos fazer um exercício de produção de um micro curta, para os alunos poderem passar por todas as etapas. O nosso foco é mostrar como usar a linguagem audiovisual para se comunicar, a partir do celular como a mídia móvel para captar as imagens, depois editar e transformar em um curta metragem”, explicou.
Todos os filmes produzidos nas oficinas realizadas dentro do circuito entrarão nas competitivas do “Festival Curta Escolas”, que também receberão também uma premiação.
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