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A situação está feia em Parauapebas, o município mais rico do Pará. Todos os voos estão cancelados. Os pousos foram transferidos para Marabá, e de lá os passageiros estão sendo transportados de ônibus, num trajeto que consome pelo menos três horas. O aeroporto, na Serra dos Carajás, está fechado desde cedo, hoje, em razão de protesto iniciado ainda ontem, 18, por volta das 20h, quando populares ocuparam a a Estrada de Ferro Carajás, da Vale, por onde escoa toda o minério explorado na região. Hoje, face a ordem judicial para desocupação da ferrovia, os manifestantes, moradores do bairro Tropical (Linhão), fecharam o acesso ao Salobo e às minas, bloqueando o serviço de combate a incêndio e salvamento, sem o que o aeroporto não pode operar, pelas normas aeroportuárias. 

A falta de moradia em Parauapebas é a causa dos protestos. Os populares responsabilizam a Vale e a prefeitura pela falta de política habitacional no município, reivindicam melhorias no bairro e a retirada do linhão de energia elétrica. Várias reuniões já foram realizadas entre representantes da mineradora, prefeitura de Parauapebas e representantes do bairro, mas até agora não houve acordo. 

O poder juduciário determinou, há pouco, que o grupo tático da Polícia Militar de Parauapebas desobstrua todos os pontos interditados. 

A mineradora se pronunciou através de nota: “A Vale reitera que vem discutindo com o município, Eletronorte e lideranças comunitárias uma solução conjunta para a situação dos moradores do bairro Tropical II e que já estava agendada reunião entre os envolvidos para o dia 29 de janeiro. A área abaixo de duas linhas de transmissão de energia elétrica, existentes há mais de uma década, foi recentemente ocupada de forma irregular pelos manifestantes, que agora exigem remoção para outra área.
A empresa está adotando as medidas judiciais cabíveis para desocupação da portaria, pois entende que qualquer manifestação deve respeitar o direito constitucional de ir e vir das pessoas. A empresa também reitera seu repúdio a qualquer forma de violência que ponha em risco a vida e a segurança das pessoas”.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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