Publicado em: 12 de dezembro de 2025
A Águas do Pará informou ontem que o fornecimento de água seria afetado devido a uma parada programada para a realização de manutenção na rede de distribuição. Os bairros do Comércio, Campina, Batista Campos, Umarizal, Nazaré, Guamá, São Brás, Fátima, Canudos, parte da Cidade Velha, parte do Reduto, parte do Jurunas, parte da Pedreira, parte da Cremação, parte da Condor e parte do Marco, ou seja, toda a região central de Belém, ficou desabastecida. A concessionária – vejam só! – recomenda que os moradores reservem água.
Acontece que a cidade inteira, bem como a parte das ilhas e distritos, sofre todos os dias com a falta e, quando tem nas torneiras, a péssima qualidade da água, que chega de uma cor nojenta, manchando roupas e utensílios e amedrontando a população. As falhas de abastecimento são gravíssimas em toda a Região Metropolitana e no interior do Pará. Nas áreas periféricas da Grande Belém, no oeste do Pará e arquipélago do Marajó, a situação é dramática.
Incontáveis denúncias com pedidos de investigação e providências foram feitas ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público do Estado, inclusive apuração de responsabilidades e punição. O acesso à água é serviço público essencial, mas o sistema entrou em colapso com a privatização da Cosanpa. O que a propaganda oficial prometeu melhorar não foi concretizado. Houve verdadeiro abandono do serviço público de saneamento.
As interrupções de fornecimento pela nova companhia prejudicam centenas de milhares de pessoas sem aviso prévio, sem informações técnicas e sem plano de contingência. As consequências são imensas e de alcance imensurável. Unidades de saúde têm o atendimento prejudicado e famílias ficam mais de 48h sem água. As mulheres, que são a maioria a chefiar a família e cuidar de tudo, além de trabalharem o dia inteiro são obrigadas a carregar latas pesadas à noite, causando outros problemas de dor muscular ou de coluna.
A Águas do Pará precisa cumprir a sua obrigação e o Governo do Pará tem que intervir e garantir o mínimo de dignidade humana e de direitos de cidadania.









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