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O ranking do Atlas 2013 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que apresenta o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal fruto da avaliação de critérios relacionados à saúde, educação e renda foi mais um solavanco no Pará. Ou seria um soco no estômago daqueles que se importam com a realidade nua, crua e doída da miséria refletida no IDH dos municípios marajoaras, para falar só nos piores? Talvez assim a sociedade acorde desse torpor que se perde no tempo.

Na última lista Curralinho aparecia no temido último lugar. O fona, como diz o caboclo. Agora, é Melgaço. E ainda tem gente que faz cara de espanto. Mas o que esperar de um arquipélago onde os munícipes não têm acesso às mais comezinhas regras de cidadania, sem delegados de polícia, juiz, promotor de justiça, defensor público, médicos, educação de qualidade e muito menos emprego e renda?! 

No paradisíaco Marajó, o abandono secular vem roubando a beleza da paisagem e abatendo – física, moral e psicologicamente – a gente valente que habita seu território. E os municípios fazem rodízio nas últimas posições do IDH.

Alvo de incontáveis teses acadêmicas, de Mestrado e Doutorado, multidisciplinares, o arquipélago agoniza. 

Não é o caso de se buscar culpados. A responsabilidade é de todos nós. De governantes e governados. De políticos e intelectuais. De empresários e trabalhadores. Onde estavam todos esses anos, essas décadas? É preciso urgentemente passar do discurso à ação, da intenção ao gesto, da teoria à prática. Quem sente dor tem pressa. E o povo marajoara sofre demais.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

Nota do Movimento Belém Livre

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