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Começou hoje, dia 22 de julho, em Belém, o “Mutirão dos Povos: A Resposta Somos Nós”, organizado pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e pelo Grupo de Trabalho Amazônico (GTA). O evento se estende até esta quinta, 23 de julho, e reúne mais de 30 representantes de povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, seringueiros, agricultores familiares e comunidades extrativistas para construir ações conjuntas e posicionamentos políticos de impacto para a COP30. A expectativa é que o encontro, que acontece nos dois dias das 9h às 17h, fortaleça a presença dos movimentos sociais nas negociações climáticas, garantindo protagonismo das populações tradicionais e das comunidades que vivem na linha de frente dos impactos da crise climática.

O ponto central do evento é a campanha “A Resposta Somos Nós”, um chamado global por justiça climática liderado pela Coiab, pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e por outras organizações do movimento indígena nacional. Lançada em outubro de 2024, durante a COP da Biodiversidade na Colômbia, a campanha defende pautas como financiamento climático direto para povos indígenas, fim da era dos combustíveis fósseis, planos climáticos ambiciosos por parte dos países, proteção integral dos biomas e reconhecimento da demarcação das terras indígenas como política climática central. Para os organizadores, essas reivindicações expressam a urgência de reconhecer os povos originários e as comunidades amazônidas como protagonistas das soluções para a crise ambiental global.

Ao final do Mutirão, será apresentada uma carta política que sintetiza as pautas convergentes entre os movimentos sociais e estabelece as prioridades para a COP30 e para a agenda climática internacional. “Vamos, juntos, pensar em estratégias convergentes dos movimentos sociais da Amazônia para ocupar a COP30. É um compromisso coletivo; muitas das nossas lutas convergem porque estamos, em resumo, lutando pela garantia de direitos fundamentais das nossas populações perante uma crise climática global. E a solução passa pela escuta e reconhecimento das nossas vozes e contribuições para o equilíbrio climático”, afirma Alana Manchineri, assessora internacional da Coiab.

Além da presença de lideranças indígenas, o encontro conta com representantes de organizações de grande relevância social, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS). 

O “Mutirão dos Povos: A Resposta Somos Nós” acontece na Embaixada dos Povos, localizada na Avenida Duque de Caxias, 852, bairro Marco, em Belém, com apoio da Tenure Facility e parceria de organizações como Climainfo, 350.org e GTA.

Fotos: Divulgação/COIAB

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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