Publicado em: 16 de julho de 2025
A décima rodada da Série B do Campeonato Brasileiro de 2025 trouxe sentimentos distintos para os torcedores paraenses. Paysandu e Remo empataram, cada um à sua maneira – o Papão com garra e controvérsia; o Leão com apatia e sorte. Em meio às dificuldades, os dois gigantes do Pará seguem em busca de objetivos bem diferentes: o Paysandu busca para respirar fora do Z-4, e o Remo mira o retorno à elite – algo que seria inédito na Série A disputada em pontos corridos.
O Paysandu recebeu o Atlético-GO em Belém, no sábado (12), e teve que buscar o empate por duas vezes, demonstrando entrega, mas também evidenciando fragilidades defensivas. O jogo, disputado em alta intensidade, foi marcado por decisões controversas da arbitragem, que inflamaram os ânimos na Curuzu. Torcedores e comissão técnica do Papão reclamaram do pênalti que gerouo segundo gol do Dragão e de cartões aplicados de forma desequilibrada.
Apesar do 2 a 2 frustrante em casa, o Paysandu mantém uma curva ascendente. Nos últimos cinco jogos, conquistou 11 pontos e mostrou uma melhora considerável no desempenho coletivo. Ainda assim, a reação veio tarde até aqui. Com 15 pontos, o time segue em 18º lugar, a três pontos do primeiro fora da zona de rebaixamento. A próxima rodada reserva um desafio ainda maior: encarar o Coritiba, fora de casa, um dos favoritos ao acesso.
É uma missão complicada, mas o momento exige ousadia. Se repetir o espírito de luta apresentado contra o Atlético-GO e conseguir ajustar o sistema defensivo, o Papão pode surpreender. O problema é que, em uma Série B tão equilibrada, qualquer tropeço pode custar caro demais.
Já o Clube do Remo teve uma noite de poucas virtudes, mas arrancou um empate contra a Chapecoense fora de casa, no domingo (13). Em um jogo tecnicamente pobre e com muitos erros, o Leão foi dominado durante boa parte do confronto. A equipe azulina parecia desconectada em campo, com dificuldades na criação e muitos passes errados, mas conseguiu empatar nos acréscimos com um gol salvador de Luan Martins
O resultado, apesar da atuação decepcionante, foi importante: com 25 pontos, o Remo se mantém na quinta posição, colado no G-4. O time mostrou resiliência, uma qualidade fundamental para quem sonha com o acesso. A expulsão controversa de um jogador da Chapecoense alterou o andamento da partida, no segundo tempo. A oscilação de desempenho azulino preocupa a comissão técnica e o torcedor, que começa a questionar se a equipe tem fôlego para manter a regularidade necessária até o fim da competição.
A décima-sétima rodada será decisiva: o Remo enfrenta o Novorizontino no Mangueirão, em um confronto direto na parte de cima da tabela. A vitória pode recolocar o time no G-4 e renovar o ânimo da torcida. Mas, para isso, será preciso jogar muito mais do que o apresentado contra a Chapecoense.
A rodada mostrou que nem sempre o resultado traduz a atuação. Paysandu e Remo empataram, mas as histórias que cercam esses empates são opostas. Um cresce, mas está encurralado em virtude do seu péssimo começo de competição. O outro patina, mas segue perto da briga pelo acesso.
O futebol paraense caminha entre extremos. E a pergunta que não quer calar: os dois terão fôlego para cruzar a linha final no seu objetivo?
Comentários