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A rodada do último sábado (05) foi marcada por empates sem gols para os dois gigantes do futebol paraense na Série B. Em Belém, o Remo recebeu o Cuiabá no Mangueirão e não conseguiu furar o bloqueio defensivo da equipe mato-grossense, em jogo de pouca inspiração ofensiva. Já o Paysandu foi até Florianópolis enfrentar o Avaí, e também voltou para casa com um ponto, em partida tecnicamente fraca e disputada sob o peso de desfalques importantes. Os resultados mantêm caminhos distintos, mas repletos de desafios para Remo e Paysandu, cada qual com seus próprios dilemas e expectativas na competição nacional.

O Remo entrou em campo pela terceira vez sob o comando do técnico António Oliveira. A proposta foi clara: segurar o ímpeto do adversário e buscar espaços. Na primeira etapa, o Leão conseguiu controlar as ações, pressionou, soube ocupar campo ofensivo, mas não encontrou profundidade nem contundência para abrir o placar. O atacante Pedro Rocha perdeu a grande chance para a equipe azulina.

No segundo tempo, porém, faltou inspiração. O Remo se perdeu na tentativa de furar a retranca armada por Guto Ferreira no Cuiabá, exibiu pouca criatividade no meio de campo e pouco chute ao gol, ficando preso à defesa adversária. As alterações promovidas pelo treinador azulino não surtiram o efeito desejado. O atacante Felipe Vizeu foi muito criticado pela torcida. A equipe até tentou, mas não conseguiu criar jogadas que trouxessem perigo real à meta cuiabana.

O empate em 0 a 0 foi, ao fim, um resultado justo. Considerando os últimos oito jogos, o Remo soma duas vitórias, três empates e três derrotas, totalizando apenas 9 pontos em 24 disputados. Apesar de estar na quinta colocação, com 24 pontos (mesma pontuação do quarto colocado), a queda de rendimento é visível – ainda mais diante do expressivo investimento na folha do elenco e comissão técnica.

Já o Paysandu encarou o Avaí na Ressacada em um duelo de tom apagado. O Papão, desfalcado — sem Rossi e Garcez, seus principais articuladores ofensivos — atuou na retranca, segurança na defesa, mas sem o ímpeto necessário para incomodar a defesa catarinense.

A equipe segurou bem as investidas do Avaí, praticamente não sofreu riscos e, mesmo sem brilho, garantiu uma atuação sólida para o time que ainda carece de criatividade. No ataque, faltou movimentação, variação de jogo e capacidade de acelerar as ações ofensivas em momento de transição.

Nos quatro jogos sob o comando de Claudinei Oliveira, o Paysandu conquistou 10 pontos, com três vitórias e um empate. Isso revela uma mudança positiva de perfil, mesmo considerando o planejamento mal executado para o ano, com recursos mal alocados. Ainda assim, o clube volta a “respirar” com mais segurança. Há, claramente, uma “virada de chave” no cenário bicolor – e é importante manter essa escalada positiva, pois os riscos de queda para a Série C seguem muito altos. O Papão segue na zona de rebaixamento, somando 14 pontos em quinze partidas. A curto prazo, o Paysandu busca encerrar o turno, na rodada 19, fora da “degola”, para entrar no returno com chances reais de manutenção na Série B.

Na próxima rodada, o Remo visita a Chapecoense, na Arena Condá, no domingo, dia 13, enquanto o Paysandu recebe o Atlético‑GO, em Belém, no sábado, dia 12 – em uma Curuzu, provavelmente, lotada.

Os caminhos das equipes paraenses, apesar de ainda distintos (o Remo, pelo acesso e o Paysandu, pelo não-rebaixamento), passam por lidar com curvas, ajustes e consistência. O grande desafio será manter foco, padrão e força para encarar o que vem nos próximos meses.

Foto: Rodolfo Marques

Rodolfo Marques
Rodolfo Marques é professor universitário, jornalista e cientista político. Desde 2015, atua também como comentarista esportivo. É grande apreciador de futebol, tênis, vôlei, basquete e F-1.

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