Publicado em: 2 de julho de 2025
Com a chegada das férias, a rotina de lazer em praias, piscinas e ambientes ensolarados se intensifica e, junto com ela, cresce a importância de cuidados específicos com a pele. Um dos perigos bastante comuns nesta época do ano é a chamada “mancha cítrica” ou “queimadura de limão”, uma reação dermatológica causada pela combinação entre frutas ácidas e exposição solar.
O fenômeno, tecnicamente classificado como fitofotodermatite, ocorre quando substâncias presentes em frutas como limão, laranja e caju entram em contato com a pele e, em seguida, esta é exposta à radiação ultravioleta (UV). O resultado é uma mancha escura, geralmente acompanhada de ardência ou irritação, que pode levar semanas ou até meses para desaparecer.
De acordo com Cristiane Oliveira, professora do curso de Estética e Cosmética da Universidade da Amazônia (UNAMA), a fitofotodermatite está diretamente ligada à hipercromia, condição em que há aumento da produção de melanina na pele. “Muitas pessoas costumam fazer bebidas e sucos, como caipirinha e limonada, e os alimentos acabam tocando a pele no momento do manuseio. O simples ato de cortar o limão e o uso de cosméticos, cuja composição contém extratos cítricos, pode desencadear o surgimento das manchas”, explica.
Segundo a docente, a ação fototóxica é causada por substâncias chamadas furanocumarinas, presentes em frutas cítricas e também em alguns cosméticos com extratos naturais. Essas substâncias reagem com os raios solares, levando à liberação de radicais livres e à inflamação localizada.
As manchas costumam surgir poucas horas após a exposição solar e aparecem, em geral, nas mãos, braços, colo e rosto, áreas mais expostas ao sol e mais propensas ao contato com os alimentos. Elas podem variar entre tons avermelhados e escuros, e em alguns casos, podem provocar bolhas semelhantes a queimaduras.
A boa notícia é que, na maioria dos casos, o quadro é temporário. No entanto, o tempo de recuperação varia conforme o grau da exposição, a sensibilidade da pele e os cuidados adotados. Pode demorar semanas ou até meses para a mancha desaparecer por completo.
A prevenção, segundo a especialista, passa por medidas simples, mas que muitas vezes são negligenciadas: “Após manusear alimentos cítricos, é importante higienizar muito bem a pele e, de preferência, evitar sair ao sol de imediato. Usar roupas de mangas longas e hidratantes calmantes também é sugerido”.
Além das frutas in natura, produtos cosméticos com extratos cítricos ou vitamina C também merecem atenção. Embora a vitamina C seja amplamente utilizada por seus benefícios antioxidantes e clareadores, ela pode provocar reações adversas se utilizada de forma inadequada. “É importante ter o acompanhamento de um profissional antes de utilizar qualquer ácido no rosto. Algumas substâncias para a pele devem ser aplicadas somente à noite, pois a luz solar pode provocar efeito reverso, como queimaduras ou manchas”
A prevenção das manchas causadas por frutas cítricas é uma prática de cuidado integral com a saúde da pele que ultrapassa as questões estéticas. A informação é uma ferramenta essencial para evitar efeitos colaterais que, embora não sejam graves, podem comprometer a qualidade de vida e a autoestima, especialmente durante o verão. O uso correto do protetor solar, a atenção ao manuseio de alimentos e a escolha consciente de cosméticos são atitudes fundamentais para aproveitar a estação com segurança, afinal de contas a pele é o maior órgão do corpo humano e precisa ser tratada com cuidado.
Comentários