Neve na Flórida, fenômeno atípico, dizem os americanos. Enquanto isso, o novo Presidente dos Estados Unidos, entre outras medidas enérgicas, anunciou o rompimento com o acordo de Paris, preocupando até a China.
O acordo de Paris é um tratado internacional de 190 países sobre mudanças climáticas, um compromisso ambiental adotado em 2015, a fim de que as nações sejam uníssonas no desaquecimento global em favor da sobrevivência humana.
Na ideia do presidente Trump, cada qual que cuide de sua responsabilidade como se tudo fosse estável e a elite confortável, sem imaginar o prejuízo dessa decisão, acreditando na eternidade da espécie, certifica a atitude do Capitão América. Paradoxalmente, em razão desse mesmo aquecimento global, Trump quer anexar a Groenlândia. E dai?
Para que não sabe, o derretimento das geleiras em virtude das mudanças climáticas, está transformando o mar ártico e pode nascer uma rota fundamental para a Rússia e para a China, ameaçando a autonomia dos Estados Unidos. Por isso Trump deseja incorporar a maior ilha do mundo. Por mais incrível que pareça, exatamente nesse ponto do planeta, apesar do gelo, a terra vem aquecendo mais rápido.
Se a Groenlândia for anexada, o povo que lá existe antes da ocupação da Dinamarca, perderá a chance de conquistar sua autodeterminação. E dai? Não somos inuítes (membros da nação indígena esquimó habitante do Alasca), por certo dirão, mas se vingar essa união, novos imigrantes indesejados pelo presidente farão parte do território da América do Norte, virando cidadãos americanos.
Parece que estamos entrando em outra fase oligárquica, com mudanças climáticas e políticas no cenário da humanidade, incentivando a xenofobia, reduzindo o ser humano ao antigo papel de homo sapiens originário, exploradores da era das conquistas ou idealizadores do fascismo e do nazismo. E dai?
Semana passada, 21 de janeiro, a bispa anglicana de Washington, Mariann Edgar Budde, fez um apelo, no sermão, durante o “Serviço de Oração pela Nação” na Catedral Nacional, diretamente ao presidente Donald Trump, sentado na primeira fila, ao lado da esposa, do vice-presidente e membros do novo governo.
Independente de esquerda ou direita, lembrou ao Presidente de sua própria afirmação à nação quando disse que havia sentido a mão providencial de um Deus amoroso e em nome desse próprio Deus, naquele momento solene, a religiosa pediu ao presidente:
“Tenha misericórdia do povo em nosso país que está com medo agora. Existe crianças gays, lésbicas e transgêneros, tanto em famílias democratas, republicanos como independentes, que temem por suas vidas. E as pessoas que colhem nossas plantações, limpam nossos escritórios, que trabalham em granjas e frigoríficos, que lavam as louças depois que comemos em restaurantes, que trabalham em turnos noturnos em hospitais, elas podem não ser cidadãs ou ter a documentação adequada, mas a grande maioria dos imigrantes não é criminosa. Elas pagam impostos e são bons vizinhos. São membros fieis de nossas igrejas, mesquitas e sinagogas, gurdwaras e templos.”
E dai?
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