O Pix, transferência instantânea entre contas bancárias e principal método de pagamento digital usado no Brasil, será implementado em Portugal. Fruto de uma parceria entre a UNICRE, uma das maiores empresas de pagamentos de Portugal, e o Braza Bank, o maior banco de câmbio do Brasil, a novidade representa uma nova etapa na integração financeira entre os dois países. O anúncio foi feito na última segunda-feira (16), como forma de facilitar transações para os mais de um milhão de brasileiros que visitam Portugal anualmente, além de oferecer uma solução vantajosa para comerciantes portugueses.
A implementação do Pix em Portugal tem como meta simplificar as transações para turistas brasileiros, permitindo pagamentos instantâneos diretamente nos terminais físicos e plataformas online da marca REDUNIQ, pertencente à UNICRE. O método de pagamento permitirá que brasileiros façam compras em Portugal sem a necessidade de cartões de crédito internacionais. O câmbio do real para o euro será calculado automaticamente no momento da transação.
Além disso, os custos associados ao Pix são inferiores aos das transações com cartão, tornando-o uma alternativa econômica tanto para consumidores quanto para comerciantes. O Braza Bank alega que, com esta solução, os consumidores brasileiros podem realizar pagamentos de forma segura e sem surpresas no valor final, enquanto os comerciantes portugueses se beneficiam de uma maior agilidade e redução de custos operacionais.
Segundo a UNICRE, a adesão ao Pix aos comerciantes portugueses será gratuita e sem mensalidades, tornando a solução atraente para pequenos e médios negócios.
A decisão de introduzir o Pix em Portugal está diretamente ligada ao crescimento do turismo brasileiro no país. Dados da UNICRE mostram que o Brasil é uma das principais fontes de turistas em Portugal, e a adaptação dos sistemas de pagamento às preferências desse público é vista como um passo estratégico para impulsionar o setor de turismo e comércio. Em Portugal há um sistema parecido ao Pix – o MBWay – que funciona apenas entre contas portuguesas.
A ação é uma grande avanço ao comércio português e representa uma melhoria significante à experiência do consumidor brasileiro, tendo em vista que em pleno 2024, mesmo depois de uma pandemia onde a utilização de cédulas e moedas foi amplamente desencorajada (em vários países, inclusive, o comércio parou de aceitar formas físicas de pagamento), muitos estabelecimentos sequer aceitam cartão de crédito ou débito como forma de pagamento e, quando aceitam, apenas cartões emitidos por bancos portugueses – o que é, no mínimo, muito estranho, já que o país faz parte da União Européia e são considerados cartões estrangeiros (“visas”, como são chamados na gíria local) mesmo os emitidos por bancos de países pertencentes ao bloco econômico.
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