O 9º Congresso Brasileiro de Saúde Mental, promovido pela Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme) com apoio da Prefeitura de Belém, teve três dias de intensas atividades no Campus Unama Alcindo Cacela. Com o tema “Potências do Bem Viver: ancestralidade, diversidade e sustentabilidade”, o evento reuniu mais de 1.500 profissionais da área, como médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e antropólogos, além de estudantes e lideranças sociais, para discutir os desafios da saúde mental no Brasil.
Mais de 800 trabalhos científicos foram apresentados, além de mesas-redondas, rodas de conversa, minicursos e atividades culturais. Uma das inovações foi o 1º Simpósio Nacional de Saúde Mental e Economia Solidária, que abordou como o cuidado em saúde mental deve integrar aspectos socioeconômicos e comunitários.
A presidente da Abrasme, Ana Paula Freitas Guljor, destacou que foi um marco nas discussões sobre a luta antimanicomial e a saúde mental como direito humano.
A Assembleia Legislativa do Pará, presidida pelo deputado Chicão (MDB), desempenhou papel fundamental no apoio ao evento, com a presença de parlamentares como o deputado Carlos Bordalo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos. “A Abrasme é precursora da reforma psiquiátrica no Brasil. Este congresso foi um sucesso absoluto, deixando um legado para a sociedade paraense”, declarou Bordalo, que enfatizou a importância de ampliar o debate sobre humanização e acolhimento no tratamento de transtornos mentais. “Quando a Alepa soube do tema deste congresso, ‘Potências do Bem Viver: ancestralidade, diversidade e sustentabilidade’, que buscou abordar os desafios atuais da saúde mental, ampliando a noção de bem-estar para além da ausência de sintomas e das práticas de cuidado da rede de atenção psicossocial, o presidente Chicão nos deu apoio total desde o início. O Pará está cada vez mais sensível a abrir portas para criar novas possibilidades de humanização da abordagem e do acolhimento aos transtornos mentais no nosso estado. Obrigado, Alepa, na pessoa do presidente Chicão, que não mediu esforços para contribuir com este congresso”, destacou Bordalo.
Francineti Carvalho, que estava no Rio de Janeiro representando as prefeituras da Amazônia no Urban20 do G20, “voou para o Pará” para compartilhar a experiência do CAPS Fluvial, um modelo pioneiro no atendimento psicossocial às comunidades ribeirinhas. “É uma honra apresentar essa iniciativa transformadora, que fortalece a rede de saúde mental e promove inclusão em nosso Território das Águas”, disse a prefeita de Abaetetuba, que também é psicóloga e doutoranda na área de saúde mental.
O congresso incluiu a mostra de cinema indígena “Vozes Ancestrais”, e tendas permanentes dedicadas à educação popular em saúde, proporcionando interações entre movimentos sociais e profissionais de saúde com a promoção de dinâmicas voltadas à diversidade e à ancestralidade.
A reitora da Unama, Betânia Fidalgo Arroyo, acentuou a importância da parceria para viabilizar as atividades. “Promovemos espaços de aprendizado e troca de experiências que vão além das discussões acadêmicas, criando novas perspectivas para políticas públicas e práticas de cuidado.”
Reconhecido como o maior evento no campo da reforma psiquiátrica no Brasil, o Congresso Brasileiro de Saúde Mental reafirmou sua relevância ao promover um espaço de diálogo entre academia, profissionais de saúde e sociedade civil. Ana Paula Guljor celebrou a adesão massiva dos participantes e destacou o compromisso da Abrasme com a promoção da vida e a luta por políticas públicas inclusivas: “Este congresso é um grito coletivo por saúde, dignidade e transformação social.”
Foto: Balthazar Costa (AID/ALEPA)
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