Até o próximo dia 23, a Fundação Cultural do Pará apresenta Pássaros e cordões juninos no Teatro Waldemar Henrique, na programação do Arraial de Todos os Santos 2024, uma das etapas do edital de Folguedos. Este ano, 91 grupos de diversas expressões da cultura popular paraense foram selecionados, sob a coordenação técnica da Diretoria de Interação Cultural da FCP. O acesso é livre e gratuito.
No primeiro dia, o cordão Bacu, de Icoaraci; o pássaro Tangará, do bairro do Marco; e o pássaro Sabiá, se apresentaram. Célia Pinto, coordenadora de linguagem corporal da FCP, destacou a história e a importância dos grupos. “O cordão Bacu foi criado numa comunidade periférica de Icoaraci há 26 anos e trabalha com crianças e jovens. Já o Tangará é um grupo teatral mais estruturado, com adultos, e liderado pelo mestre Agenor Del Valle, que tem uma longa tradição no teatro de pássaros. O último, o pássaro Sabiá, é coordenado pelo mestre João de Paula, conhecido como Bombinha, é um dos mais antigos e voltou às atividades após um período de inatividade”.
Criado em 1998 pelo casal Rita e Paulo Silva, o cordão Bacu atende jovens da comunidade Nova Itália, no Furo do Maguari, periferia de Icoaraci. Mestre Paulo conta a origem do grupo: “Em 98, estava muito difícil o confronto de gangues no nosso bairro. Aquilo me incomodou e eu criei o Bacu para oferecer algo positivo aos jovens. Foi difícil no começo, mas hoje, com 26 anos de história, o Bacu é um espaço de resistência e transformação.” Sobre a apresentação no Teatro Waldemar Henrique, Mestre Paulo expressou sua satisfação: “É gratificante porque, sendo da periferia, raramente temos espaço para nos apresentar. Trazer nossos jovens para um lugar tão bonito é muito importante.”
O pássaro Tangará, fundado em 1980 com o nome de “Bem-Te-Vi” pelo mestre Alberto Bastos, na ilha de Mosqueiro, hoje é ponto de cultura certificado pela Secretaria de Cultura do Pará e tem como guardião o mestre Agenor Del Valle. Segundo o mestre, o objetivo do grupo é preservar a cultura paraense, contribuindo socialmente com ensinamentos e geração de renda. “Nosso foco é engrandecer o que é tipicamente paraense, preservando nossas raízes e oferecendo um futuro melhor para as novas gerações,” afirmou.
Já o pássaro Sabiá, fundado em junho de 1949 pelos mestres Renato Mesquita e Laércio Gomes, enfrentou períodos de inatividade, foi revitalizado por Mestre Bombinha em 1998 e tem sede na passagem Jarina, no bairro do Marco.
Confira a programação:
Dia 19 – quarta-feira
– 18h: Cordão de Bicho – ONCINHA
– 19h: Pássaro Junino – ARARAJUBA
– 20h: Grupo de Pássaros – JAPIIM
Dia 20 – quinta-feira
– 18h: Cordão de Pássaro – TEM-TEM DO GUAMÁ
– 19h: Pássaro Junino – ROUXINOL
– 20h: Pássaro Junino Suindará
Dia 21 – sexta-feira
– 19h: Pássaro Junino Beija-Flor
– 20h: Grupo Junino de Pássaros Tem-Tem de Outeiro
– 21h: Cordão de Pássaros A Garça
Dia 22 – sábado
– 18h: Cordão de Pássaros O Bragantino
– 19h: Cordão de Pássaros Pipira da Água Boa
– 20h: Pássaro Junino Pequeno Guará
– 21h: Cordão de Pássaros Uirapuru da Liberdade
Dia 23 – domingo
– 18h: Pássaro Junino Colibri de Outeiro
– 19h: Pássaro Junino Pavão – 20h: Pássaro Junino Papagaio Real.
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