Nesta segunda-feira, 20, às 20h, o Theatro da Paz abre para os amantes da música e celebra a cultura negra, em concerto da Amazônia Jazz Band, reconhecendo e valorizando os saberes e fazeres do povo negro na rica cultura parauara e brasileira. No Dia da Consciência Negra, a intenção é também promover uma reflexão profunda sobre a ancestralidade africana, essencial para a identidade do país e do Estado do Pará.
O jazz é um estilo musical tão plural que é quase indescritível. Nascido do encontro entre tradições e ritmos, reúne as culturas dos escravos, que usavam tambores para dançar e cantar, e a influência da música europeia. Unindo estilos como blues, ragtime e spirituals, o jazz teve início em Nova Orleans (EUA), entre os anos de 1897 a 1917. Inicialmente ambientado em locais marginalizados, como bordeis, foi se popularizando e dele surgiram alguns dos maiores músicos de todos os tempos.
O maestro Elias Coutinho, regente titular da Amazônia Jazz Band, adianta que o repertório tem nove músicas, dos compositores Pixinguinha, Stevie Wonder, Arturo Sandoval, Paulo André Barata e Gordon Godwin. “Vamos executar músicas desses grandes compositores que foram literalmente os precursores dos estilos musicais que nós conhecemos hoje. Afinal, o que seria o Choro sem Pixinguinha? O que seria o Jazz sem Louis Armstrong ou mesmo Sidney Bechet? O que seria o Pop Internacional, mas ainda bebendo ali do Jazz, sem Steve Wonder? Mesmo com todo o preconceito de sua época, esses músicos conseguiram vencer e fazer música”.
Com seu carisma e swing contagiantes, a AJB proporcionará ao público uma performance mesclando elementos do jazz e ritmos regionais paraenses, numa viagem sonora única, repleta de improvisações, harmonias sofisticadas e influências da cultura afro-brasileira.
Para Elias Coutinho, “quando tocamos música popular, de maneira geral, nós precisamos olhar para essa música como uma música que fala diretamente com a periferia, que vem da periferia, que vem justamente desse povo que foi tão hostilizado, que foi tão malvisto e maltratado. A consciência negra, precisa ser tratada todos os dias”.
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