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As declarações do governador Simão Jatene, ao anunciar a
exoneração do coronel Mário Solano do comando da PM, causaram desconforto em
alguns quarteis. Há quem diga que
Solano
caiu porque exigiu que os salários da
tropa fossem melhorados a fim de evitar a greve que já se espalha pelo País, a
exemplo da grave situação no Ceará, cuja PM se recolheu em pleno réveillon e
permanece aquartelada enquanto em Fortaleza as lojas do comércio fecham por
causa dos arrastões da bandidagem. 
No
dizer do major da reserva da PM e professor Walber Wolgrand, “Solano foi
precocemente para o chuveiro por ter lido Weber e ignorado Maquiavel.

Torçamos para que o coronel Daniel
Borges Mendes tenha sucesso em sua espinhosa missão. Até agora, apesar dos
relatórios otimistas da Secretaria de Segurança Pública, a população do Pará
ainda não sentiu redução da violência e da criminalidade.
A verdade é que, sem
união da PM com a Polícia Civil – o que parece impossível, pela guerra surda na
área –, integração com a Polícia Federal e reforço das Forças Armadas, não é possível
vencer o crime organizado, em suas nuanças como o tráfico de armas, de drogas,
de pessoas, exploração sexual e do trabalho infanto-juvenil, trabalho escravo,
crimes ambientais, grilagem de terras e pistoleiros de aluguel, entre tantas
outras chagas sociais.
Temos área de fronteira
nos municípios de Alenquer, Almeirim, Faro, Óbidos e Oriximiná, o que bem
demonstra o caráter estratégico, não dá para fazer bico ao governo federal se o
Pará não tem efetivo nem recursos suficientes para dar conta da segurança
pública. 

Nossa população é marcada
pela dificuldade de acesso aos bens e serviços públicos, falta de coesão social
e precárias condições de cidadania. Urge a convergência das políticas públicas
setoriais para enfrentar as desigualdades considerando a diversidade, articular
a soberania nacional com o desenvolvimento regional, em sua dimensão econômica,
social, institucional e cultural, estimular investimentos em arranjos e cadeias
produtivas prioritários para o desenvolvimento sustentável e a integração nacional. E, sobretudo, sair do discurso para a prática, porque ninguém aguenta mais tanta falação sem eficácia.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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