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Este anúncio é o retrato – cruel, mas real – da péssima qualidade do ensino público e particular. Há uma faculdade em cada esquina, além daquelas que oferecem cursos virtuais. O vestibular é agendado. Pagou, passou. Verdadeiras fábricas de dinheiro. E a cada ano desovam centenas de novos profissionais no mercado, totalmente despreparados, que precisam trabalhar para se sustentar e às suas famílias, e são explorados pelo sistema. Salário mínimo para advogado é o mesmo que pagar para trabalhar. Afinal, se for homem é obrigado a trajar terno; se mulher, veste correspondente. Some-se sapatos, bolsa (pasta), cuidados com pele, cabelos e unhas, despesas estas que já ultrapassam o valor a ser recebido, sem falar no indispensável celular ou tablet com acesso à internet e redes sociais, e o token para peticionar. Com o advento do processo judicial eletrônico, as notificações, os ajuizamentos, as decisões, tudo se passa nesse ambiente. Ninguém advoga, sozinho ou contratado, se não dispuser dessas ferramentas.   

Eis uma pauta que não se limita à OAB-PA, DCEs e Centros Acadêmicos de Direito, é de toda a sociedade. A advocacia, por definição constitucional, é essencial à Justiça. O MPF já suspendeu, só nos últimos dois anos, 16 faculdades irregulares no Pará.  
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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